Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Infraestrutura

As estradas do Chile são melhores que as da Bélgica, Nova Zelândia e China, conforme relatório do Fórum Econômico Mundial.

Infraestrutura
A revista The Economist, considerada uma das publicações financeiras mais conservadoras do mundo, na sua última edição faz uma análise sobre a infraestrutura e mostra os gargalos econômicos que atrapalham a economia na América Latina. A região tem algumas coisas boas. As estradas do Chile são melhores que as da Bélgica, Nova Zelândia e China, conforme relatório do Fórum Econômico Mundial. A energia elétrica e as telecomunicações do Uruguai superam Estados Unidos e Canadá. E o Brasil? A principal notícia é o aumento da dívida pública com queda nos investimentos.

Janela
Recentemente ocorreu uma janela de oportunidade. As taxas de juros globais estão baixas, isso permitiria investimentos mais baratos. Mas a janela tende a fechar sem a apresentação de projetos consistentes e os governos não podem fazer muito financiamento. A principal razão é o alto endividamento. Na média, a dívida não financeira do setor público aumentou de 30,6% para 40,4%. No Brasil, a dívida recorde de 74,4% praticamente inviabiliza a captação para investimentos. 

Custos
Conforme o Banco Mundial, a América do Sul gasta em torno de US$ 23 bilhões para atualizar suas redes elétricas. Mas se for gerenciada de forma mais eficiente, junto a introdução de fontes renováveis, esse custo pode baixar para US$ 8 bilhões. O frete pode ser mais rápido e mais barato. A indústria de transporte na América Latina é 15 vezes mais concentrada que a dos Estados Unidos. Para reduzir custos é preciso ampliar a concorrência. 

Chineses
Em meio a isso, a notícia boa é sobre os investimentos da China. Seus bancos investem mais na infraestrutura da América Latina do que o Banco Mundial e o BID juntos. Eles mostraram preferência por investimentos em portos, usinas de energia, estradas e hidrelétricas. Porém, e sempre há um porém quando se trata de boas notícias, os últimos escândalos com empreiteiras têm dificultado a formação de PPPs (Parceiras Públicas e Privadas). Gasoduto está paralisado no Peru. Rodovia de 500km na Colômbia está com obras suspensas. Um projeto de nova hidrelétrica foi cancelado no Panamá. As razões apontadas para essas paralisações são a corrupção nas empresas e nos governos. As maiores necessidades, segundo os especialistas, é para meios de transportes para acelerar as exportações. Porém, aumentaram as exigências legais. As empresas e os governos estão ampliando os controles e a transparência. Novas leis tentam encontrar um equilíbrio entre a atração de investimentos e o combate à corrupção.