Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Inflação

A taxa de inflação é o aumento dos preços ou a perda de poder aquisitivo da moeda.

Inflação
A taxa de inflação é o aumento dos preços ou a perda de poder aquisitivo da moeda. Quando os preços sobem mais que a nossa renda se diz que perdemos poder de compra ou que ocorreu um aumento da inflação. Ela é calculada com base num grupo de produtos e serviços. Os mais novos não vão lembrar, mas em 1990 tivemos um triste recorde: a inflação chegou a 82,39% no mês de março. Em outras palavras, o que se comprava com 100 no início do mês, no final do mesmo mês era necessário 182,39. No começo do Plano Real ela estava em 30% e chegou a 40% ao mês quando o Real entrou em circulação. Desde então, entre idas e vindas, a inflação tem se mantido dentro da meta. Neste ano o objetivo é 4,5% com dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Chegou a bater no teto de 6,5%. Os últimos indicadores mostram que ela deverá começar a recuar.

Debate

Por enquanto todos os governos tem se valido de recursos semelhantes para controlar a inflação. Reduzindo a liquidez, imprimindo menos moedas ou o aumentando os juros para inibir o consumo. Porém, o modelo começa a dar sinais de esgotamento. O que devemos pensar é como aumentar a oferta de produtos em vez de reduzir o consumo. Por que não fizeram isso até o momento? Uma das razões prováveis é que parte da nossa inflação está nos preços administrados, que são os preços das privatizações, as quais, além de venderem patrimônio público, garantiram aos compradores um preço reajustado e, em alguns casos, um lucro garantido, como ocorreu com os pedágios no Estado. O que significa isso? Que a inflação passada é passada automaticamente para os preços dos serviços de algumas empresas privilegiadas, tais como luz, telefonia e transporte, entre outras. Esse repasse de preços será parte da inflação futura, é o que se denomina de indexação dos preços. Um risco para qualquer economia. O prazo de concessão está terminando, o que permitirá uma nova política econômica. Esse debate fará parte do assunto político? Esperamos que sim.

Multa

Eis que um passarinho voltou a me contar que os legisladores florenses trocaram farpas sobre a multa ambiental que pode ser aplicada sobre os danos ao Parque dos Rodeios. Dá até para imaginar. Se eles se atrapalham com as palavras, imaginem com os ‘número’. A multa é por dia? Por ano? Quem é o responsável? É um belo exemplo de debate estéril. Para que debater se todos sabem que, se alguém tiver que pagar será o município, também conhecido como ‘nosso dinheiro’. É uma questão de lógica: o município empresta o Parque sem custos, dá verba para patrocínio, faz as obras de infraestrutura necessárias, limpa e recupera o espaço depois do evento; quando dá lucro fica com alguém (entidade ou sabe-se lá quem); quando dá prejuízo o município é quem paga. Portanto, nada mais coerente que os nossos impostos sejam usados para pagar os demais encargos. Com certeza vai surgir quem defenda isso. Como disse um legislador, “para um evento desses gastemo pouco”.