Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

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Imposto na poupança

A velha fórmula de resolver problemas com impostos continua sendo usada, não importa a cor do governo.

Imposto na poupança A velha fórmula de resolver problemas com impostos continua sendo usada, não importa a cor do governo. Dessa vez a vítima será a caderneta de poupança que será tributada com alíquota do Imposto de Renda sobre rendimentos com saldo superior a R$ 50 mil será de 22,5%. O recolhimento ocorrerá a cada saque, no caso das poupanças acima desse limite; será anual, na declaração de ajuste anual, no caso de várias poupanças, abaixo do limite individualmente, mas acima, na soma das contas abertas em nome do portador de um mesmo CPF. A alíquota, 22,5%, é igual à máxima aplicada nos fundos de investimentos, o que a Fazenda justifica pelo fato de a poupança ser um investimento de curto prazo. Porque mudar Não é tão importante o tributo propriamente dito. Segundo dados do governo, apenas 1% dos poupadores serão tribu-tados. São compreensíveis os méritos da medida, que é de evitar grandes aplicadores numa alternativa que se destina a ser popular. O que devemos questionar é o objetivo de proteger os bancos e os gestores de fundos. Com a redução das taxas de juros os rendimentos da poupança se tornam equivalentes aos fundos de investimentos onde as taxas de administração são superiores a 1,1%. Significa que os fundos com taxas de administração altas, alguns cobram até 5% ao ano, rendem menos que a caderneta de poupança, além das garantias e da liquidez imediata. Dessa forma haveria motivação para a mudança nos investimentos. Zona de conforto A migração dos investidores para a poupança criaria um problema adicional. A maioria dos fundos é utilizada para financiar a divida do governo federal e dos estados. A poupança tem seus investimentos direcionados e não pode cumprir esse papel. Com isso surgiria a pressão sobre a rolagem da divida interna, provavelmente através da falta de liquidez que poderia conduzir ao aumento dos juros. A saída mais fácil é tributar a poupança, deixar os bancos com seus lucros garantidos e o governo não precisa se preocupar com a rolagem da dívida. Fica todo mundo na sua zona de conforto. Menos o contribuinte que vai pagar o imposto. Transparência Os problemas financeiros do Consepro, revelados na última edição, é a face visível da omissão do estado, que repassa seus deveres a população, sem o devido repasse de fontes de recursos. É lamentável que pessoas tenham que deixar seus afazeres para dedicar parte de seu tempo a fornecer condições para os órgãos de segurança pública. As sugestões vindas de Farroupilha podem ajudar, mas me parece que é difícil convencer o cidadão a contribuir também com a segurança pública, em meio a tantos escândalos. Na questão de transparência, parece que isso nunca faltou ao nosso Consepro. Muito diferente de outras entidades que, apesar de estarmos no último trimestre do ano, ainda não prestaram contas à comunidade sobre o ano de 2008. Este é o caso do relatório das concessionárias de rodovias e do hospital. As concessionárias alegam desequilíbrio financeiro, mas todos os anos apresentaram lucros e até o momento não disponibilizam as informações do ano que passou. O hospital depende do apoio da comunidade e a prestação de contas é o mínimo que pode oferecer em troca.