Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Imagina na Copa!

Parece que foi outro dia. Pensando bem, faz pouco tempo. Quando algo não funcionava conforme o esperado, o reclamante emendava na sua queixa a expressão “Imagina na Copa!”

Imagina na Copa!
Parece que foi outro dia. Pensando bem, faz pouco tempo. Quando algo não funcionava conforme o esperado, o reclamante emendava na sua queixa a expressão “Imagina na Copa!”. A expressão envolvia, além do complexo de vira-latas, tudo o que os ‘jornalões’ e algumas revistas semanais estavam torcendo e colocando como previsão: estádios inacabados, aeroportos que não funcionavam, obras inacabadas, engarrafamentos quilométricos, hotéis superlotados, protestos por todos os lados, turistas com sorte sendo sequestrados, turistas azarados sendo comidos por jacarés, assaltos em todos lugares, ingressos falsos, torcedores revoltados porque ficaram fora dos estádios. Enfim, o caos. Na melhor das hipóteses uma antessala do inferno.

Como pode?

Alguns ‘colonistas’ (colunistas colonizados e que pensam como o colonizador, com espaço em alguma revista semanal e com seguidores nas redes sociais) já estavam convidando amigos para visitar o Brasil e ficar conhecendo com antecedência como será o inferno na outra vida. Escritores começaram a preparar seus livros sobre o fim do mundo pela ótica do futebol e da Copa no Brasil. Onde já se viu um país como o nosso querer organizar um evento desses? Quando nos damos conta faltam duas semanas para o final do evento e até agora tudo funcionou normalmente. Está sendo uma festa e tanto. Como pode? Um país com um povo formado por mesclas de índio, colonizadores, imigrantes, escravos e o que mais sobrou no mundo. Como pode esse país organizar o maior evento futebolístico do mundo? Além do mais, comandado por “essa gente”, conforme definem alguns. Não foi o Brasil, foi a Fifa, dirão os barões da mídia e os senhores das fortunas. Deve ter sido sorte, dirão os incrédulos. Um sociólogo de Cambridge, David Ranc, escreveu que a Copa no Brasil está melhor organizada que os jogos olímpicos de Londres. Outro, Albrecht Sonntag, escreveu num jornal que “sabíamos que o Brasil era ótimo para fazer festa. Hoje constatamos que é uma democracia que vive um pluralismo de ideias essencial”. Gringo elogiando? Cuidado! Podem ser agentes infiltrados querendo implantar o socialismo ou o comunismo.

Plural
Piada muito próxima da realidade: o legislador foi à tribuna e lascou: “o colunista só mostra os ‘número’, ele não fala das ‘coisa boa’ que ‘fizemo’”. No intervalo o assessor se aproxima e cochicha no ouvido: “chefe, se o senhor empregar o plural ficará mais simpático frente à comunidade”. O legislador foi todo empolado para a tribuna: “nosso governo tem se preocupado com as ‘escola’, tem ajudado as ‘entidade’, colaborou com as ‘igreja’, e eu enviei uma solicitação ao secretário das ‘causa justa’ que empregue o plural, pois ele tem a simpatia de toda a comunidade e não pode ficar desempregado”.