Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Gostei

Sobre a Fenavindima: gostei. Acho que a comissão comunitária está de parabéns. Temos que reconhecer seu esforço e coragem em mudar o formato da festa

 Cobranças
Os meus dezessete leitores são exigentes. Recebi várias mensagens com críticas sobre minhas colunas, dizendo que estão muito econômicas e que eu deveria me manifestar sobre outros assuntos. Nas últimas semanas dois me foram cobrados mais fortemente: a Fenavindima e as manifestações de 15 de março. Então me manifesto sobre os dois.

Gostei
Sobre a Fenavindima: gostei. Acho que a comissão comunitária está de parabéns. Temos que reconhecer seu esforço e coragem em mudar o formato da festa. Claro que não foi perfeita, mas os acertos superam em muito os pequenos problemas. São necessários alguns ajustes? É claro que sim, e espero que os debates posteriores sejam no sentido de melhorar. Uma coisa a ser pensada é a participação da comunidade, acho que precisamos desenvolver formas de aumentar a sua motivação. Outro ponto é a preparação da cidade, além da boa idéia das bandeirolas, faltou “vestir a cidade”, pequenas obras como a pintura do meio fio, ao menos no centro da cidade, assim como melhorar a sinalização no entorno do desfile teriam dado uma cara de casa arrumada para a festa. Em algumas quadras os turistas estacionaram de forma errada devido à falta de sinalização. Também teria sido bom que a reforma da praça tivesse sido realizada antes da festa. Não deu, paciência. Quem sabe para a próxima.

Contrários
Sobre as manifestações: tenho dúvidas sobre qual delas devo apoiar. A que pedia o impeachment ou a que defendia a volta da ditadura militar? A que pedia o fim dos tribunais ou a que pedia o fim dos partidos? Ou tudo isso ao mesmo tempo? O que vimos foi uma manifestação “liquidificador” que misturou de tudo um pouco. No meio disso algo assustador: como disse o economista e ex-ministro do governo FHC Bresser Pereira, o que vimos “não era preocupação ou medo, era ódio”. A oposição tentou focar na corrupção. Todos concordam que é um mal, e como tal, deve ser combatido. Quem pode ser contra as manifestações que acabem com essa prática que tira os recursos públicos em benefício de poucos? Todos são a favor: além dos cidadãos, empresários sonegadores, dirigentes de partidos com deputados envolvidos, políticos que ocultaram patrimônio nas eleições, aposentados de estatais que nunca prestaram concurso, a emissora de TV que usou de meios ilícitos para crescer. Todos apoiaram e muitos deles desfilaram lado a lado de bandeira na mão. Todos são contra a corrupção.

Simplificar
Para alguns a solução é simples: trocar as pessoas, o partido ou o regime. Talvez seja a hora de reformas políticas. As soluções devem incluir a preservação da democracia. Quando optamos pelo discurso simplista de que “ninguém presta” corremos o risco de permitir o triunfo dos oportunistas. Porque é tão difícil? A resposta provável é que somos contra a corrupção dos outros. Muitos ainda não descobriram seu papel nesse faz de conta da moralidade.