Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Gastos com segurança

De acordo com a ONG Fórum Brasileiro de Segurança Pública...

De acordo com a ONG Fórum Brasileiro de Segurança Pública, os gastos públicos no setor representam 1,36% do PIB, ou 9,27% da arrecadação de impostos. O valor é superior ao de países como França, Alemanha e Japão. A taxa de criminalidade brasileira é 20 (vinte) vezes superior. As diferenças entre gastos e crimes deixam em aberto a discussão sobre a qualidade dos serviços. Por tradição, o poder público gasta mal ou de forma equivocada. Outro dado interessante mostra que a população carcerária de 50 mil pessoas em 1989 passou para 150 mil em 2000 e saltou para 320 mil em 2009. Mais que dobrou na ultima década. Algo está errado.
Nova legislação
A legislação tem se atualizado, permitindo aos municípios criarem órgãos que auxiliem na manutenção de segurança, as conhecidas guardas municipais, com poderes restritos, porém, que sirvam de apoio à polícia. Outra fonte de apoio são os conselhos de segurança, uma forma de melhorar a (in)competência do governo e sua omissão nos gastos de segurança. No nosso município já tivemos cenas de ignorância explícita com as pessoas que se dedicam a estes órgãos, declarações lamentáveis de pessoas que deviam se preocupar com a segurança da cidade, mas, em vez disso, preferiram atacar os responsáveis e boicotar o repasse de recursos com o discurso do “dever do Estado”.
10 anos
Uma discussão que se arrasta há 10 anos é da viabilidade da instalação de câmeras de segurança no município. Não dizem exatamente quais são as dúvidas, se de ordem técnica ou de falta de recursos. O que parece é faltar vontade política. A eficácia das mesmas está comprovada. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança, o mercado tem crescido em média 13% ao ano nos últimos nove anos. Hoje as câmeras são usadas para vários fins que vão desde o reconhecimento facial até para multar veículos que desrespeitam a faixa de pedestres.
Exemplos
Começamos pela maior cidade do Brasil e uma das maiores do mundo: São Paulo. O sistema está funcionando e o projeto é de que sejam instaladas 4 mil unidades para a Copa do Mundo. Curitiba, um exemplo de urbanismo, tem o sistema funcionando desde 2008, e no ano passado completou 115 unidades instaladas (deverá atingir 450 até a Copa). De acordo com a guarda municipal, os delitos diminuíram 40% de 2008 a 2010. São Leopoldo instalou o sistema em 2007, desde então o número de veículos roubados foi reduzido em 51%. Iniciou com 27 unidades e atualmente são 65 em vários pontos da cidade, bem como nas entradas e saídas do município. Sapucaia do Sul, em 2009, instalou 25 câmeras e viu a criminalidade diminuir 30%. O investimento foi em torno de R$ 38 mil por equipamento, com recursos vindos do Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania). No ano passado Caxias do Sul recebeu R$ 1,2 milhão deste programa para ampliar o seu sistema, sendo que a contrapartida do município foi de R$ 25 mil. Recursos existem, mas é preciso pensar, fazer projetos, encaminhar, buscar, reivindicar.