Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Fraca recuperação

A estratégia de impulsionar o crescimento econômico do Brasil por meio do incentivo à demanda não está dando os resultados previstos.

A estratégia de impulsionar o crescimento econômico do Brasil por meio do incentivo à demanda não está dando os resultados previstos. Conforme esperado, é um remédio que não pode ser usado continuamente sob o risco de perder seus efeitos. Ultrapassamos a metade do ano e os resultados apresentados não são animadores. Autoridades já pensam num pacote de incentivos para as atividades de transporte e logística, bem como desoneração de custos de produção e as previsões dos analistas continuam pessimistas. O último boletim divulgado pelo Banco Central indica crescimento de 1,85% neste ano de 2012. Bem abaixo dos 4% projetados inicialmente. É de olho nessa previsão que as autoridades têm se envolvido em cortes de juros e incentivos à cadeia produtiva.
Modelo
A cada manifestação das autoridades fica mais nítida uma mudança no cenário. A atuação deixará de contemplar apenas os estímulos à demanda e dirigirá seus esforços para o aumento da oferta. Para isso será necessário oferecer condições para investimentos e elevação da competitividade. Medidas que contemplem as áreas de infraestrutura e transportes, além da redução de custos de produção principalmente em energia e mão de obra, tentarão dar um impulso à produção e promover um crescimento estável. O grande problema é que essas medidas são de implantação mais complexa que o simples incentivo do consumo – e seus resultados demoram a aparecer uma vez que o ciclo começa com projetos, investimentos, implantação, produção e depois de algum tempo chegam ao mercado. O país terá paciência?
Confiança
Em linha com o desempenho da economia, o índice de confiança do consumidor medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) caiu pelo terceiro mês seguido, mostrando que o brasileiro está mais cauteloso. Uma das preocupações mostradas pela pesquisa é com a situação econômica. O mesmo sentimento é mostrado por executivos da área de finanças. Conforme pesquisa do Banco Central, as condições continuam sendo restritivas.
Será vantagem?
Primeiro o governo, com o nosso dinheiro, dá um pacote de benefícios para uma montadora se estabelecer no país. Tudo isso com a promessa de desenvolvimento, mais empregos, produtos melhores e mais baratos. Além do financiamento, são dadas condições excepcionais de arrecadação dos tributos, com carência de 10 anos, como foi feito aqui no Estado. Ao primeiro sinal de retração do mercado, lá vamos nós de novo com isenção de IPI, linhas de crédito e mais algumas regalias para as montadoras manterem as pessoas no emprego. A notícia mais recente é de uma montadora que ameaçou demitir funcionários se o governo não ampliar o prazo de redução do IPI. Lamentável. Precisamos de um estudo sério para ver até que ponto é vantagem atrair essas empresas.