Forma e reforma
Será que vem novas deserções por aí? É de se aguardar
A coluna está sendo escrita antes da sessão extraordinária, e quando for publicada faltará pouco para a decisão ser tomada. Estou me referindo à reforma administrativa. Assunto que tem gerado debates na comunidade. Os que se posicionam favoráveis argumentam que os cargos existiam nos governos anteriores e foram extintos, portanto não estão sendo criados novos cargos, mas repondo os que já existiam. Outro argumento favorável diz que é necessário modernizar a gestão pública e, para isso, os cargos são necessários. Os que se posicionam contrários à medida argumentam que os cargos extintos eram de escalões inferiores e de baixo custo, e agora estão sendo propostos, na grande maioria, cargos administrativos e de custos maiores.
Aumento
A questão econômica é reconhecida pelo executivo, admitindo um aumento de 3% nos gastos da folha de pagamento em relação a arrecadação. A oposição argumenta que o momento não é de ampliar gastos, principalmente nesse momento e logo depois de utilizar a redução de gastos para aprovar as alterações no Fundo de aposentadoria. Alguns outros argumentos não são ditos em público, mas, no privado, e de forma quase sussurrada, há quem diga que a reforma servirá para acomodar alguns apoiadores da coligação eleitoral. Tudo isso só poderá ser confirmado posteriormente. Com base nos últimos movimentos as apostas são de que o projeto será aprovado.
Partido dividido
Ele voltou. O passarinho voltou, conforme cantava o antigo boêmio. Ele me contou que uma ala de um certo partido está muito descontente com as negociações realizadas. Segundo a avaliação de alguns membros, isso está colocando o partido numa posição de excessiva subserviência, desprezando o seu histórico e sacrificando o protagonismo de longo prazo por algumas vantagens de curto prazo. De acordo com meu informante emplumado, a divisão do partido já mostrou seu efeito nas últimas eleições e o desempenho não deverá melhorar se não forem feitas correções no rumo de atuação. Será que vem novas deserções por aí? É de se aguardar.
Entretenimento
O mercado financeiro é pródigo em criar novos produtos. Uma novidade surgiu durante a pandemia. Um novo fundo de investimento que deseja lucrar com a compra e venda de shows. O negócio iniciou com um cantor do estilo que chamam de “sertanejo”, mas que na realidade é aquela música de “sofrência”. É compreensível, pois é o estilo que mais leva pessoas aos espetáculos. O fundo comprou todos os 192 shows que o artista pretende fazer esse ano e a estimativa é que irá desembolsar em torno de R$ 100 milhões pelo pacote. O objetivo é dar tranquilidade aos artistas que iniciam o ano com a projeção de receita confirmada. O lucro virá da venda dos shows por um valor superior, essa é uma tendência nesse mercado. Outra gestora fez negócio semelhante com uma produtora gaúcha, com investimento estimado em R$ 260 milhões. O fundo já lucrou R$ 10 milhões em cinco meses com a venda de 55 shows. O detalhe é que esse investimento é apenas para investidores qualificados, ou seja, para os bem endinheirados, pois o fundo fica um tempo fechado para novos investimentos, bem como para o saque dos valores.