Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Focus

O Banco Central ouviu mais de 100 instituições sobre as expectativas relacionadas à economia e ao mercado financeiro

Projeções econômicas são apenas sinalizadores de um cenário futuro a partir do momento atual. Para se confirmarem, tudo deve ser mantido na mesma estrutura atual, sem grandes mudanças, sejam elas de caráter social ou algum evento natural. Mesmo assim, há uma margem de erro que deve ser considerada. Em todo caso, é sempre bom verificar o que o mercado financeiro está pensando. É isso que o Banco Central faz ao ouvir mais de 100 instituições sobre as expectativas relacionadas à economia e ao mercado financeiro. Os resultados são publicados em um relatório denominado “Focus”. As previsões podem ser consideradas otimistas, ou, conforme um termo utilizado há algum tempo atrás, “parou de piorar”. 

Inflação 
Segundo o relatório, divulgado esta semana, os profissionais do mercado financeiro reduziram de 6,82% para 6,7% a inflação deste ano. A meta da inflação para 2022 é de 3,5%, com oscilação de 1,5 ponto, o que significa que será cumprida se oscilar entre 2% e 5%. O Banco Central, por sua vez, já admitiu que a meta não será cumprida. Considerando que a inflação acumulada nos últimos 12 meses é de 10,07%, devemos aguardar novas deflações nos próximos meses. Quanto maior é a inflação, menor é o poder de compra das pessoas. Isso afeta, de forma mais acentuada, aqueles que recebem salário menores, porque os preços dos produtos aumentam sem que o salário acompanhe os reajustes. A nova redução de estimativa da inflação é decorrente da redução dos impostos sobre itens essenciais, como combustíveis e energia elétrica. Apesar de ajudarem na redução da inflação deste ano, diversos especialistas já alertam que essas medidas irão pressionar os preços no próximo ano. Por este motivo, os técnicos do Banco Central já admitem que o grande desafio é controlar a inflação em 2024, não a do próximo ano (2023).
 
PIB e juros
Os executivos do mercado financeiro também estão prevendo uma alta maior para o PIB (Produto Interno Bruto) para o próximo ano. A nova previsão é de que a economia brasileira cresça 2,10%, quando antes a previsão era de 2,0%. Para 2023, as previsões são mais pessimistas: a alta, que anteriormente era de 0,39%, passou para 0,37%. Para as taxas de juros, a expectativa do mercado financeiro é que a taxa Selic encerre o ano em 13,75%. Isso está de acordo com as sinalizações do Copom, de que os juros vão se manter altos por um período mais longo. Para o final do ano de 2023, a expectativa é de queda para 11% ao ano. 

Outras
Outras estimativas são de que o dólar projete o cambio para R$ 5,20, no final de 2022, e o mesmo valor para o final de 2023. Nesse caso, o sentimento do mercado financeiro é que a cotação do dólar chegou no seu valor de mercado e que poderá ocorrer oscilações em torno deste número, mas o valor médio será de R$ 5,20. Em relação à balança comercial, a projeção é de um saldo de 68 bilhões. A previsão para a entrada de investimentos estrangeiros diretos, neste ano, permaneceu em 58 bilhões de dólares, subindo para 65 bilhões no próximo ano.