Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

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Falsa impressão

A impressão de que a maior crise financeira dos tempos modernos foi resolvida pode ser falsa, e o desleixo pode gerar graves problemas

Falsa impressão A impressão de que a maior crise financeira dos tempos modernos foi resolvida pode ser falsa, e o desleixo pode gerar graves problemas. O fato é que o sistema financeiro internacional precisa de ajustes e eles ainda não ocorreram. É bom lembrar que grande parte dos passivos financeiros foram socializados pelos governos, o que gerou déficits fiscais jamais vistos em tempos de paz. Nos países ricos, o socorro ao setor financeiro chegou a 29% do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo cálculos de órgãos internacionais, isso deve gerar déficit fiscal de 9% do PIB. O remédio utilizado na emergência poderá matar o paciente se utilizado de forma continua. A recuperação econômica vai depender da retomada dos mercados internos. Riscos ocultos O que tem ocorrido até o momento é a melhora dos indicadores decorrentes de incentivos governamentais. Quando esse impulso for interrompido serás que o trem anda por si só? Outra dúvida é sobre o fôlego das economias desenvolvidas em manter o incentivo a demanda com sucessivos déficits orçamentários, ou seja, quando o equilíbrio voltará a ser permanente. Por enquanto há queda de preços de commodities e do petróleo o que aliviou o déficit desses países. Mas corremos o risco de sermos surpreendidos com más noticias a qualquer momento. Preocupações cambiais A cotação do dólar tem sido debatida principalmente nos Estados Unidos. Analistas americanos têm manifestado sua preocupação com a acentuada queda da moeda americana e a valorização de moedas dos países emergentes, entre os quais, nosso amado varonil, Brasil. O jornal “The Washington Post” observa que esse movimento indica a necessidade de outras moedas de referência no mercado internacional. É bom lembrar que para enfrentar a crise, a solução encontrada pelas autoridades monetárias americanas foi aumentar a liquidez. O resultado, como foi ensinado por muitos anos pelas principais escolas de economia, é o desequilíbrio das contas nacionais. De acordo com o jornal “as grandes economias emergentes - como China, Rússia, Brasil e Índia - estão cansadas de reverenciar o dinheiro americano e percebem uma oportunidade de tirar o enfraquecido dólar de sua posição imperial." Olhar britânico No mesmo tom de preocupação, o jornal britânico “The Independent” definiu como "temores de que a velha ordem econômica baseada na supremacia do dólar americano esteja se desfazendo". Em meio a rumores de que países Árabes juntamente com outras economias importantes (França, Brasil, Rússia, entre outros) pensam em substituir o dólar nas negociações de petróleo. Essa seria a causa do aumento do preço das commodities no mercado mundial. Principalmente do ouro que alcançou um preço recorde. Seja pelo fato ou pelo boato, a verdade é que a cotação nesta semana bateu em R$ 1,75. A menor do ultimo ano.