Meu pássaro informante está com uma dúvida: a obra já estaria pronta ou a outra empresa foi mais rápida?

Fábula da instalação
Um passarinho me contou essa história. Num local distante, digamos em Taímatungo, certo comerciante (vamos denominar de Vigilante) recebe uma solicitação por correio eletrônico com o seguinte teor: 
– Solicitamos com urgência um orçamento para os seguintes itens: rebimboca, parafuseta, passador de rosqueta, arruela de grampola e, no final, um último pedido: orçar junto com o material os custos de instalação.
Estranhando a expressão abrangente “custos de instalação” resolve ligar para obter mais informação. Ligou para a Secretaria de Sólidos Puxadinhos e Outros Arranjinhos.
– Por favor, eu preciso mais detalhes para orçar os custos de instalação.
– Pois não.
– Essa instalação já tem tubulação?
– Não sei.
– Ela será feita numa casa ou num prédio de quatro andares?
– Não sei.
– Os fios serão fornecidos ou terei que orçar? Para isso preciso saber qual a distância entre a fonte de energia e a instalação. 
– Não sei.
– E onde eu consigo essa informação?
–  Vou verificar e lhe informo em seguida.
Passadas algumas horas da solicitação e devido à “urgência da solicitação”, o senhor Vigilante resolve ir ao local para orçar a instalação. Surpresa: Tudo estava devidamente instalado, inclusive com placa da empresa responsável. Tivesse procurado mais um pouco e encontraria até foto da inauguração. 
Meu pássaro informante está com uma dúvida: a obra já estaria pronta ou a outra empresa foi mais rápida? Nesse caso, rapidíssima. Dúvida cruel!

Fábula do efeito
A pessoa vai num restaurante a quilo, ao pesar seu prato, ao invés do preço é colocado somente o peso. – Mas porque isso? Pergunta o cliente com ar curioso. 
– Estamos seguindo a mesma política da Petrobrás, responde o atendente da balança. – Como a carne é cotada em dólares no mercado internacional, está havendo muita volatilidade. Então, o patrão mandou colocar somente o peso porque pode acontecer de entre almoçar e pagar ocorrer alteração nos preços.
– Mas que absurdo! O Brasil é autossuficiente em carne, porque vai ser cotada em dólares?
– Eu também não entendi, mas o patrão falou que se a Petrobrás pode, nós também podemos. E ele disse mais. Se é bom para a Petrobrás, é bom para nós.
– E se eu não me servir de carne, o preço do quilo vai alterar igual?
– Sim senhor, porque segundo o patrão, o preço do trigo é em dólares, assim como a soja e outros componentes, então ele usa a mesma política dos combustíveis. Alterou lá irá alterar aqui na mesma hora.
– Não acredito nisso. O que o senhor acha que eu, como brasileiro, deveria fazer?
– Almoçar rápido e evitar a sobremesa. Parece que o açúcar está em alta hoje.