Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Expectativas do mercado

Um dos primeiros atos relevantes do presidente americano Barack Obama, sob o aspecto econômico, foi sancionar um pacote de estímulo a economia americano no valor de 787 bilhões de dólares.

Expectativas Um dos primeiros atos relevantes do presidente americano Barack Obama, sob o aspecto econômico, foi sancionar um pacote de estímulo a economia americano no valor de 787 bilhões de dólares. Antes disso, sua equipe econômica anunciou medidas que podem chegar ao montante de 2 trilhões de dólares para espantar uma das piores crises desde a grande depressão de 29. Nesse momento a grande dúvida é se a utilização desses recursos produzirá os efeitos desejados. O certo, é que dependendo do desenrolar da crise em solo americano, ela terá efeitos no resto do mundo, por isso a grande expectativa em torno dos indicadores da economia americana, que, apesar de ter reduzido seu tamanho frente ao restante do mundo, ainda é o maior mercado mundial. Amansando os mercados Há um ponto de convergência na maioria das ações dos governos em todo o mundo, em geral, as medidas envolvem redução de juros, pacotes fiscais de auxílio ao sistema financeiro e medidas de estímulo a produção e ao emprego. No campo da regulamentação, ainda há uma discussão, mesmo que tímida, em alguns casos, até mesmo envergonhada, sobre uma nova regulamentação para os mercados. Essa timidez tem suas razões e deverá demorar algum tempo para ser superada. Afinal, há menos de 20 anos, o mercado foi eleito como um ambiente perfeito e autoregulavel, premiando os eficientes e punindo os incompetentes, a presença de normas e de agentes reguladores seria um estorvo em busca da eficiência total. Diante dos fatos que ocorreram, o mesmo estado apontado como incapaz de contribuir com a eficiência dos mercados, é chamado para socorrer gigantes financeiros próximos da falência. Vícios privados De acordo com o investidor George Soros, os agentes do mercado têm um objetivo principal: aumentar os seus lucros na maior velocidade possível, porém, como também participam do mercado, sofrem de fenômeno que ele denomina de reflexividade, ou seja, os efeitos se reproduzem e afetam o agente que o provocou. Os vícios, ou defeitos dos agentes do mercado não é a busca do lucro, afinal isso é da sua essência, o problema é quando a ganância se sobrepõe ao medo, com isso os riscos chegam atingem tal volume que o agente não tem mais condições de cumprir com suas obrigações, transferindo ao agente publico as perdas de suas incompetências. Excessos Públicos Do outro lado desse debate, estão os defensores da intervenção do estado como órgão regulador de um mercado, tentando evitar seus abusos inconsequentes, o que o levaria a morte por excesso de ganância. Dizem eles, que os agentes não são racionais e por isso precisam de alguém que os guie e lhes dê um pouco de juízo. O risco dessa regulação é o excesso de tutela, inibindo as iniciativas, reduzindo a todos numa média medíocre de desempenho, ou então, não recompensando corretamente os mais competentes. Talvez a grande contribuição dessa crise para as teorias econômicas será o surgimento de um meio termo, onde a liberdade será suficiente para evitar os vícios privados e a regulação apenas suficiente para evitar os excessos públicos.