Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Existe juro zero?

Com o fim da isenção de impostos, as montadoras de veículos têm usado de diversas alternativas para atrair a atenção do consumidor.

Com o fim da isenção de impostos, as montadoras de veículos têm usado de diversas alternativas para atrair a atenção do consumidor. Entre elas, acessórios grátis, IPVA pago e, por fim, financiamento sem juros. Será que existe algum banco que empreste dinheiro sem juros? Aparentemente não. No ano passado a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (ProTeste) apurou que alguns anúncios que ofereciam parcelamento sem juros, na verdade ocultavam custos de 15,5% ao ano. Em algumas situações pontuais, as empresas utilizam sua capacidade de obtenção de recursos e podem subsidiar o financiamento como estratégia comercial para reduzir os estoques, porém, são exceções. Nos últimos anos as taxas de juros dos bancos pertencentes as montadoras tem ficado um pouco abaixo dos bancos comerciais. Em 2009 estes bancos cobraram juros médios de 1,42% ao mês, enquanto a taxa de mercado ficou em 1,9%.

Mercado cresce
Sejam pelas ofertas ou pelo sonho de consumo. A verdade é que o mercado de automóveis tem crescido nos últimos anos, colocando o Brasil como o quinto mercado do mundo, e se mantiver o ritmo em breve será o quarto mercado de automóveis. Esse destaque apareceu em reportagem no jornal Financial Times. Segundo as projeções do jornal o mercado alemão deverá cair 20% no próximo ano enquanto no Brasil o crescimento será de 8%, turbinado pela presença de montadoras orientais, com as coreanas na frente. Lamentável que a infra-estrutura não acompanhe e a noticia seja prenuncio de transito mais lento.

Falta mão de obra
É difícil afirmar que o crescimento do Brasil é exagerado. E mais fácil criticar o aumento dos juros que impede o crescimento. Porém, estudo conduzido pela Fundação Don Cabral mostra que a falta de mão de obra que atingiu a indústria da construção civil, já atingiu setores que dificilmente sentiam esse efeito tais como a indústria automobilística, siderurugia e metalurgia. Segundo a pesquisa 67% das empresas relataram dificuldades na contratação. E pensar que as estatísticas mostram 8 milhões de desempregados.

Podemos crescer?
Outro que afirma que nosso crescimento tem que ser bem dosado é o ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga. Segundo ele, o Brasil não tem condições de crescer 6% a 7% ao ano. Os principais problemas estão na deterioração da situação fiscal, nas deficiências na infra estrutura e no sistema educacional, além da baixa taxa de investimento, que podem se transformar gradualmente em entraves sérios para o desenvolvimento do país. Acrescente-se a isso o fato das economias européias estarem jogando dinheiro pelo ralo para tentar evitar a quebradeira geral. E o que é pior, sem garantias de que o problema esteja resolvido.