Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

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Esvaziou

Dizem os mais antigos que este é um fato inédito na história do nosso município

Eis que a sessão da câmara não teve quórum suficiente na terça-feira, dia 25 de janeiro. Dizem os mais antigos que este é um fato inédito na história do nosso município. A sessão era extraordinária. Como a própria expressão diz, é uma sessão extra, não é uma sessão normal, uma vez que, o legislativo está no período de recesso dos trabalhos. A primeira questão que deve ser analisada é por que os assuntos não foram encaminhados no período normal? Não houve tempo, não era urgente, a sua elaboração demorou mais que o esperado ou foi por alguma outra razão? Acredito que alguns dos projetos aprovados, como a verba do repasse para instituições, poderiam ter sido enviados no período das sessões ordinárias, mas, por algum motivo, isso não ocorreu. Antigamente as sessões extraordinárias geravam uma remuneração extra aos legisladores, hoje isso não ocorre. Será que não havendo custos para os cofres públicos é motivo de tantas convocações extraordinárias? Dúvidas e mais dúvidas. 

Manifestação
O fato é que a sessão teve que ser adiada por falta de quórum. Um passarinho me contou que alguns dos vereadores ausentes já tinham manifestado ao prefeito suas discordâncias em relação ao projeto, sugerindo algumas alterações. Estaria aí o início da discórdia. Na política a divergência é algo corriqueiro, por isso a negociação é necessária em busca de objetivos comuns. Negociar é convencer da necessidade, ou então, ceder parte do desejado para atingir os objetivos. Quando ocorre a negociação, deve haver a disposição de ouvir e, se for o caso, ajustar as necessidades e os objetivos. Estamos nos referindo a negociação de forma clara e transparente e sobre conteúdos estabelecidos; e não sobre o troca-troca espúrio de cargos ou favores.
 
Estratégia 1
A estratégia do executivo parece estar muito clara. A sua base de apoio agora é maioria. Alguns se questionam se teria ocorrido uma negociação envolvendo o apoio pelo cargo. Não dá para afirmar, mas, algumas decisões fornecem os argumentos para os que acreditam nisso. O futuro poderá confirmar ou não essa desconfiança. Essa maioria no legislativo permite a aprovação das matérias submetidas. Para isso, basta ter o número mínimo necessário para que a sessão aconteça. Isso é do jogo democrático e faz parte das negociações. 

Estratégia 2
Pelo lado dos vereadores, parece que encontraram uma forma de pressionar. Se estivessem presente na sessão, mesmo manifestando sua contrariedade ao projeto, seriam derrotados sem dó nem piedade. Se fosse uma luta de boxe, já entrariam no ringue sabendo que seriam derrotados, não por pontos, mas por nocaute. Dessa forma encontraram, provisoriamente, uma forma de mostrar a sua contrariedade. A estratégia pode ser frágil e também poderá ter uma vida curta. Mas, uma coisa é inegável, colocou o assunto no centro do debate. O que antes era algo comentado em um pequeno círculo de interessados, a partir dessa atitude ampliou o debate para um grupo mais amplo da sociedade. Quais serão os próximos passos? 

A propósito
Recebo uma mensagem enigmática: Quantos quilômetros de asfalto serão necessários para a aprovação do projeto?