Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Estatuto do Idoso

Nesta semana o Estatuto do Idoso completou 15 anos. Entre outras coisas, ele trata de direitos relativos a trabalho e renda. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o percentual de idosos no mercado de trabalho vem aumentando.

Estatuto do Idoso
Nesta semana o Estatuto do Idoso completou 15 anos. Entre outras coisas, ele trata de direitos relativos a trabalho e renda. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o percentual de idosos no mercado de trabalho vem aumentando.  Eles representavam 5,9% em 2012 e, este ano, passaram para 7,2%. No total, são 7,5 milhões da força de trabalho. Para os técnicos do instituto, as dificuldades das famílias é um dos motivos para os idosos continuarem, ou voltarem, ao mercado de trabalho. Os dados mostram que, no primeiro trimestre deste ano, 46% dos trabalhadores ocupados com mais de 60 anos moravam no Sudeste, 56% eram mulheres e 63% delas se declararam como chefes de família. Devem ser daquelas famílias de onde saem os ‘desajustados’, segundo certo político. Um dado revelador da deterioração das condições de trabalho: apenas 27% estavam no mercado formal. Conforme o IBGE, os idosos devem representar 25,5% da população até 2060, e pela tendência apontada na pesquisa, a sua participação deverá aumentar.

Trump
Nesta semana o ‘Bozo’ americano lembrou que o Brasil existe. No momento em que era anunciado um novo acordo de livre-comércio entre Estados Unidos, Canadá e México, o presidente aproveitou para reclamar do Brasil dizendo que o país é um dos mais duros em relação a comércio exterior, “talvez o mais duro”, completou. De fato, o Brasil é considerado um país fechado em termos de abertura para o mercado internacional. Os que defendem as restrições argumentam que é uma forma de manter a indústria nacional competitiva internamente e gerar empregos. Do outro lado, os que são contrários afirmam que elas distorcem o mercado e desestimulam a produtividade e a inovação de empresas brasileiras.

Saldo
A verdade talvez esteja no meio do caminho entre as duas pontas. Um exemplo disso é a indústria automotiva brasileira, que segundo os critérios internacionais, é uma das mais protegidas do mundo. Isso faz com que elas se instalem no Brasil e não sofram a concorrência das importações. Até que ponto isso favorece o país é a questão complexa que precisa ser respondida. O Brasil é considerado um país fechado, mas não especificamente para os Estados Unidos. As restrições a produtos externos através de barreiras burocráticas, tarifárias e sanitárias são para todo mundo e não para um país específico. Um dos motivos para a manifestação do presidente americano pode estar no superávit que o Brasil obteve no ano passado, que foi de 2 bilhões de dólares. Olhando os resultados do comércio entre os dois países, o valor é tão pequeno que é de estranhar a manifestação. O Brasil exportou US$ 26,8 bilhões e importou US$ 24,8 bilhões – o saldo de 1% não é motivo para tanto. É verdade que os americanos acham que todos que conseguem superávit são inimigos ou protecionistas. Sendo otimista, pode até ser um bom sinal o de que eles desejam discutir as relações comerciais. Será?