Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Endividamento

Pesquisa da Fecomércio de São Paulo mostra...

Pesquisa da Fecomércio de São Paulo mostra que o endividamento das famílias paulistanas caiu de 48,3% em abril para 45,7% em maio. Foi o segundo mês consecutivo de queda. Em números absolutos, o número de famílias com algum tipo de dívida recuou de 1,732 milhão para 1,639 milhão entre os meses de abril e maio. O estudo lembra que o ano começou com endividamento acima de 50%, atingindo 53,8% em fevereiro, ainda em razão de dívidas assumidas no período do Natal. O endividamento começou a cair a partir de março.
Contas em atraso
Com relação às famílias paulistanas que possuem contas em atraso houve estabilidade em 14% em maio na comparação com abril, o que demonstra que o consumidor embora já esteja sentindo os efeitos da elevação do preço nas suas compras, consegue administrar melhor suas dívidas. Destes consumidores, 46,3% têm atrasos há mais de 90 dias, 24,4% estão com dívidas atrasadas entre 30 e 90 dias e 24,8% por até 30 dias. O tempo médio é de 62,87 dias.
Renda comprometida
Em relação à parcela da renda comprometida, 55,3% das famílias endividadas em maio têm entre 11% e 50% de sua renda comprometida com o pagamento de dívidas e para 14,9% delas esse comprometimento é superior a 50%, enquanto para 20,9% menos de 10% da renda está comprometida com o pagamento de dívidas. Ainda conforme a pesquisa da Fecomercio – SP, "o principal tipo de dívida continua sendo o cartão de crédito para 68,5%, seguido pelos carnês (21,3%), crédito pessoal (19,2%), financiamento de carro (9,6%), cheque especial (8,5%), entre outros". Os dados, apurados mensalmente desde 2004, são coletados com 2.200 consumidores da cidade de São Paulo. Apesar dos dados se referirem a famílias paulistas com pequenos ajustes podem ser ampliados para as demais regiões.
Dívida Brasil
Dívida pouca é bobagem. Em abril a dívida pública interna atingiu 1,73 trilhões de reais. Crescimento de 2,34% em relação ao mês anterior. A dívida externa caiu 2,32% estando em 83,5 bilhões de reais. A dívida interna tem como credor principal os bancos com 30% do total ou 500 bi. Em seguida estão os fundos de investimentos com 24,6 do total, em outras palavras os poupadores internos. E por fim, os fundos de pensão com 16% do total. O restante 10,4% é dívida do governo para ele mesmo. São recursos que devem ser depositados no FGTS, FAT, fundo soberano, entre outros. Para um Produto Interno Bruto (PIB) de 3,675 trilhões como foi o ano passado, o endividamento representa 47%. Pode ser um pequeno problema se for bem administrado. Na zona do euro o endividamento médio é de 70% do PIB. Mas pode ser um grande problema se o endividamento for apenas para o custeio da máquina pública.