Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

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Empregos

Os dados do Ministério do Trabalho apontam para a criação recorde de empregos

Os dados do Ministério do Trabalho apontam para a criação recorde de empregos. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) foram 2,5 milhões de novos empregos com carteira assinada criados no ano de 2010. O setor que mais criou emprego foi o de serviços com 40% do total. Em segundo lugar vem o setor de comercio e a indústria aparece em terceiro lugar. A construção civil, que já foi considerada a grande empregadora aparece em quarto lugar com 300.000 novos empregos. É um movimento natural que os empregos migrem da indústria para o setor de serviços. Isso já ocorreu em outros países e não seria diferente no Brasil. Ocorre que, no Brasil, sempre há analistas dispostos a mostrar que tudo está errado, com isso já criaram o termo “desindustrialização”, querendo dizer que as indústrias estão desaparecendo.
Nova realidade
Essas análises utilizam os mesmos padrões do século passado, onde a indústria era a responsável pela criação de grande quantidade de empregos e também pelos de melhor qualidade. Hoje existem novas atividades que geram empregos, principalmente no setor de serviços. Alguns levantamentos mostram que somente em São Paulo existem 400 mil pessoas trabalhando com telemarketing. Se considerarmos que é uma atividade relativamente nova, é uma expansão impressionante. O aumento de empregos desnuda a falta de planejamento. Já faltam engenheiros, mecânicos, eletricistas, pedreiros e uma série infindável de profissionais. São os anos estagnados nos investimento em educação e que agora cobra o seu preço. O reflexo dessa falta de mão de obra será a pressão nos salários para a contratação e nos custosdas empresas irão recrutar pessoas sem a devida qualificação e, por isso, deverão aumentar os investimentos nesta área.
Mesmo remédio
Havia muita expectativa pela reunião da nova equipe econômica e sobre a decisão da taxa de juros. Continuará a restrição monetária pelo aumento dos juros? A maioria do mercado apostava no “sim”, a dúvida era apenas no tamanho do aumento: 0,5 ou 0,75. E o remédio continua sendo o mesmo; aumento de 0,5 na taxa de juros. Os defensores dessa politica afirmam que não existe forma mais eficaz de controlar os preços. O que explica nossos juros altos é a indexação de preços. Boas partes deles, desde aluguéis até as tarifas das empresas privatizadas, como telefone, luz, pedágio, estão ligados a algum índice, com isso, os preços nunca caem, apenas sobem e realimentam o índice de correção. A maneira encontrada para reter a evolução dos aumentos é através de taxas de juros. Há outros mecanismos, como o compulsório dos bancos, controles de créditos, etc... Porém são menos eficazes até porque são facilmente burlados. Acima de todos os mecanismos o governo tem colocado o sistema de metas da inflação como o mecanismo a ser preservado para a estabilidade econômica. Tem funcionado. E nenhum economista heterodoxo propôs mecanismo melhor. O problema se volta para o câmbio, altas taxas de juros se refletem em pressão para baixo no câmbio, haverá alguma solução a vista?