Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

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Efeito do dólar

A estabilidade econômica também tem seus efeitos colaterais.

A estabilidade econômica também tem seus efeitos colaterais. Um dos aspectos que tem frequentado a pauta de debates é a questão cambial. As reservas do Brasil estão em 241 bilhões de dólares, porém, as atenções estão voltadas para o saldo em conta corrente. A política interna de contemplação ao invés de intervenção somados aos efeitos externos, resulta que a moeda americana tem se mantido em patamares baixos. O pior dos efeitos é a aparente falta de forças para se recuperar. O resultado, que não poderia ser diferente, é o aumento das compras no mercado externo em detrimento da indústria nacional. A se manter essa política cambial a projeção é de um déficit anual de 49 bilhões de dólares na conta corrente. Um recorde desde que a série iniciou em 1947. A expectativa é que os investimentos estrangeiros diretos (IED) sejam de 45 bilhões, outro recorde e que, mesmo assim, não eliminaria o déficit. Movimentação cambial Dados do Banco Central mostram que os bancos têm alterado sua posição no mercado cambial. Em fevereiro estavam comprados em 2 bilhões, neste mês as empresas financeiras estão vendidas em 3,3 bilhões. Parte dessa mudança pode ser explicada pelo fluxo negativo e outra parcela pode ser colocada na atuação do Banco Central que participou fortemente no mercado a vista, adquirindo 2,2 bilhões até a semana passada, volume maior que as compras somadas dos meses de janeiro e fevereiro. Esses fatos levam muitos analistas a questionar qual seria a cotação do dólar se não houvesse essa atuação. Com certeza, mais baixa. As noticias mundiais não tem resultado em muitas esperanças. A Grécia continua assustando a zona do euro, ajudando a empurrar as cotações para baixo, mesmo assim a moeda americana não reage. Presente de grego Alguns países já têm manifestado seu descontentamento com a condução da crise na Grécia. As autoridades monetárias têm usado o “presente grego” para pressionar os países a formularem planos de redução dos déficits orçamentários que podem arrastar para o atoleiro toda a região. Entre os mais visados estão Espanha, Portugal e Irlanda. Estes países estavam quietinhos no seu canto, gastando além das suas posses. A Grécia soou o alerta, agora, todos terão que tomar decisões difíceis. Há previsões sombrias de recessão em toda a região para ajustar os indicadores econômicos. Alguns analistas apontam para a possibilidade da cotação da moeda européia em 1,2 dólares ainda este ano. Caso ocorra será a cotação mais baixa desde 2006. Hermanos Desde a sua moratória em 2001 a Argentina está afastada do mercado financeiro internacional. E não é por nada. Ainda existem credores internacionais, com títulos “micados”, que esperam o pagamento. Os Hermanos têm um projeto para lançar 20 bilhões em títulos ainda esse ano para tentar solucionar essa pendência. Resta ver se os credores aceitarão as condições.