Dólar
Existe uma piada entre os economistas, segundo ela, o exercício de prever a cotação do dólar no futuro foi criado para humilhar os economistas
Existe uma piada entre os economistas, segundo ela, o exercício de prever a cotação do dólar no futuro foi criado para humilhar os economistas. Nos últimos tempos ela tem se tornada cada vez mais repetida. Um aviso aos desinformados: é apenas uma brincadeira feita entre eles. Não sou economista, mesmo assim tenho um profundo respeito pela profissão. O boletim Focus, uma publicação semanal do Banco Central com a opinião dos agentes econômicos financeiros sobre o futuro da economia, as projeções sobre a cotação do dólar são as que mais apresentam diferença quando comparadas com a realidade.
Focus
A última projeção indicava que a cotação seria de R$ 5,40 no final do ano de 2020. As instituições que mais acertaram as projeções estão prevendo o dólar a R$ 5,20 no final do ano. Pois bem, apesar dessas projeções, a cotação caiu em torno de 10% numa semana, ficando em torno de R$ 4,80. Esse fato deixou atônitos analistas e outros agentes que dependem diretamente do comércio internacional. Teria a economia brasileira se recuperado de forma tão rápida? Com base na variação cambial nenhuma economia do mundo poderia apresentar uma alteração tão significativa num curto espaço de tempo.
Prazo
No longo prazo os fundamentos econômicos têm um peso fundamental nos ajustes cambiais, fazendo a cotação ficar em torno dos demais indicadores econômicos e corrigindo as flutuações de curto prazo. No curto prazo as razões da flutuação estão ligadas a outras razões menos fundamentalistas e mais de liquidez. As cotações sofrem influencias maiores do movimento de capitais em busca de rentabilidade. O mundo tem uma enorme liquidez, e esses recursos se movimentam em busca de oportunidades de rendimento. Os investimentos envolvem o rendimento nominal ajustados a um prêmio pelo risco implícito. No inicio da pandemia, o risco das economias emergentes subiu consideravelmente, podendo ser comparado a uma tempestade que ninguém sabe quando vai acabar. Com isso, o capital foge em busca de um porto mais seguro representado pelas economias mais maduras e mais sólidas, denominadas pelos economistas como “fuga para a qualidade” ou então “fuga para a segurança”.
Volatilidade
As ações nas economias maduras de injetar capital na economia através da atuação dos Bancos Centrais teve um efeito imediato: a volatilidade dos mercados começou a ficar mais branda e isso se espalhou para todos os mercados. Essa calmaria se refletiu no sentimento dos investidores e sua atuação nas bolsas de valores. Com o aumento da liquidez e a queda de rentabilidade dos títulos seguros como os do tesouro americano, os recursos abundantes buscam mais rentabilidade mesmo em mercados mais arriscados. Acrescentemos a isso os sinais de recuperação de alguns países e o sentimento do mercado mostra confiança e tenta se antecipar em busca de maior rentabilidade. Se essa é uma situação duradoura ou apenas um impulso temporário que pode se inverter ao primeiro espirro ninguém sabe. Nesse momento é provável que o melhor indicador sejam os índices que medem a volatilidade, quanto maior esse índice maior a incerteza.