Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Dólar

Podemos interpretar as causas, porém, prever a cotação é futurologia

A pergunta mais ouvida na área da economia é: para onde vai o dólar? O primeiro impulso é dizer que se alguém tiver alguma resposta exata, ficaria rico. Estaria eu dando aulas e trabalhando se pudesse vislumbrar a cotação com apenas um dia de antecedência? Lógico que não, seria um especulador. Podemos interpretar as causas, porém, prever a cotação da moeda americana é um exercício de futurologia, ou para os charlatões que dizem prever o futuro. Vamos aos fatos: as eleições, como sempre, tumultuaram o ambiente. Com isso, o dólar aumentou de R$ 2,40 para R$ 2,60 em poucos dias. A expectativa era que recuasse, o que de fato aconteceu, com a cotação ficando em torno de R$ 2,50 no final de novembro. Mas em seguida tudo desandou devido ao cenário externo.
EUA e Japão
Relembrando, os Estados Unidos criaram a maior crise financeira dos tempos modernos. Poucos podem afirmar que seus efeitos passaram. Alguns apostam que a crise foi apenas suavizada. Qual foi a receita americana? Jogaram os juros para abaixo da inflação, injetaram rios de dinheiro para reanimar a economia. O resultado foi a depreciação da moeda americana. Ou, olhando por outro lado, a valorização das demais moedas. A mesma medida foi adotada no Reino Unido. Os japoneses, com a discrição que caracteriza o estilo oriental, foram pelo mesmo caminho. Depreciaram o iene em mais de 50%, reduzindo pela metade o custo das suas exportações para os Estados Unidos. Em novembro ampliaram a emissão de moedas. Em dezembro, o novo primeiro-ministro japonês afirmou que a política econômica continua a mesma. O dólar chega a ser cotado a R$ 2,75.
Euro
A região do euro vive problemas semelhantes. Diante disso o Banco Central Europeu decide injetar na economia €$ 1,1 trilhão. Atenção. É isso mesmo, vão colocar no mercado mais de três vezes as reservas internacionais do Brasil. Em janeiro, o presidente do banco europeu anunciou que essa política de alta liquidez continuará neste ano. Segundo ele, o valor do euro não segue uma meta oficial. Os resultados podem ser observados na cotação da moeda europeia em comparação ao dólar. No ano passado o euro chegou a valer US$ 1,40; neste ano a cotação está em torno de US$ 1,15. Alguns especialistas apostam que o euro valerá menos que o dólar em poucos meses. Resultado: a cotação do dólar, que havia recuado para menos de R$ 2,60, pulou para R$ 2,88.
Real
No meio disso está o real. Tentando se adequar. São grandes blocos econômicos fazendo uma guerra cambial. As decisões tomadas nos últimos meses invalidam as previsões de 2014. Há um limite para a desvalorização do real? O que sabemos até o momento é que a elasticidade das moedas tem limite, embora não exista uma fórmula para isso. Também sabemos que essas medidas funcionam somente num prazo curto, porém, não sabemos definir quanto tempo é isso.