Nesta semana, a moeda americana continuou a sua descida rumo a R$ 1,70.

Nesta semana, a moeda americana continuou a sua descida rumo a R$ 1,70. Além de tirar o sono dos exportadores, aparentemente tirou as autoridades econômicas da letargia. O presidente do Banco Central declarou que estão atentos aos desequilíbrios no mercado cambial. Porém, não entrou em detalhes sobre as ações que poderiam ser tomadas. Aparentemente o dólar não ouviu o discurso. E se ouviu não se importou, pois manteve a tendência de queda. Uma intervenção no mercado é algo difícil de manter a longo prazo, assim, a única estratégia observável no momento é a compra da moeda pelo Banco Central. Com a capitalização da Petrobrás e a possibilidade de entrada de recursos há dúvidas quanto à efetividade destas medidas.

Japão x Dólar
A cotação da moeda americana tem se mostrada problemática para vários países. Nesta semana, o governo Japonês interviu no mercado para evitar a valorização do Iene. Foi à primeira atitude das autoridades japonesas em seis anos. O cálculo é que foram vendidos 11 bilhões de dólares na moeda japonesa para evitar a sua valorização. Mesmo resolvendo o problema inicial, há muitas dúvidas internas se o país conseguirá manter a atual cotação.  

Petrobrás
Se alguém tem dúvida que a utilização do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) para a compra de ações da Petrobrás foi um bom negócio, deve comparar a rentabilidade das aplicações. Em números redondos, quem aplicou em ações da empresa no ano de 2000 teve rentabilidade de 700%, enquanto a Bovespa apresentou um ganho de 290%. Quem ganhou integralmente os juros de mercado, o ganho do período foi de 300%, enquanto o FGTS teve o pior desempenho com rentabilidade de 32% ou um terço da inflação do período. Isso significa que a nova capitalização será um bom negócio? A longo prazo tudo indica que sim, porém a rentabilidade passada não é garantia de futuro. Talvez seja necessário um tempo maior de maturação para a obtenção de resultados.  

Revitalizar
Louvável a iniciativa de revitalizar o centro. Mas o que exatamente significa isso? Será aumentar o espaço para os automóveis? Ampliar o espaço para o estacionamento? Ou transformar o centro num espaço de encontros e convivência? Quem passa pelo centro à noite sabe do que estou falando. A semana Farroupilha dá um novo ânimo, com pessoas circulando pela praça. Mas nos outros dias é lamentável, semelhante a uma cidade abandonada. Deprimente. Depois da decisão sobre o espaço comunitário das galerias ser baseada apenas em motivos financeiros e os objetivos comunitários serem solenemente desprezados, agora falam em revitalização? Depois da descaracterização da praça, inclusive com a colocação de um painel eletrônico, vamos revitalizá-la? Não será um paradoxo? Será que a transformação de um espaço nobre numa espécie de “bazar persa” ajudará a revitalizar o centro da cidade? Ou a construção de novos banheiros será suficiente? Infelizmente só tenho as dúvidas.