Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

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Diferenças na economia

Este ano teremos eleições e, como sempre, muitos debates. Um tema sempre presente é se a política econômica do atual presidente é igual a do antecessor.

Este ano teremos eleições e, como sempre, muitos debates. Um tema sempre presente é se a política econômica do atual presidente é igual a do antecessor. Há uma tendência de colocar todos os créditos no governo anterior, sendo atual apenas o seguidor e o beneficiário de algo que já havia sido planejado. Geralmente isso é defendido por colunistas da grande imprensa que nunca foram além do preâmbulo na leitura de um livro de economia. Seu objetivo é mais entreter do que esclarecer. As diretrizes econômicas dos dois governos são tão diferentes como água e vinho. Cada um deles tem seus méritos e seus defeitos, mas não há dúvida de que são bem diferentes. Para quem quiser entender isso, a edição 578 da revista Carta Capital, traz uma entrevista com o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, que é muito esclarecedora. Infelizmente teve pouca repercussão e muitos não vão entender. Porém, vale a leitura. Modelo Seja quem for o vencedor das próximas eleições um item que deverá pautar a política econômica deverá ser o do crescimento econômico sem abrir mão da estabilidade alcançada a duras penas. Pouco se comenta os motivos pelos quais o terremoto financeiro de 2008 se transformou realmente numa marolinha no Brasil. O motivo principal foi que o governo atuou como indutor de crescimento. A mesma atitude que teve a China em ampliar o investimento em obras de infra- estrutura. A disposição do governo em investir sinalizou para o mercado o rumo a seguir. Por mais que se queira criticar o andamento do PAC, ele funcionou até o momento, mais como um indicador de rumo, do que um canteiro de obras. Mas é importante pelo que iniciou e pelo estoque de projetos que ficarão para o próximo governante. Continuidade O desafio da próxima gestão será dar continuidade a esses investimentos na infraestrutura envolvendo rodovias, portos, aeroportos, entre outros, para eliminar os gargalos que impedem a circulação interna e as exportações da produção agrícola e industrial do Brasil. Essas obras são conhecidas e comentadas há mais de 20 anos, porém, devidos a crises, falta de recursos, debates políticos ou simplesmente falta de visão, nunca saíram do debate. Investimentos de longo prazo, tanto públicos como privados, devem ser feitos no momento certo para que possam dar o devido retorno, sob o risco de se tornarem obsoletos antes de gerarem resultados. Na gestão publica são decisões para vários governantes e o ranço político não pode atrapalhar o beneficio econômico. Dinheiro do trabalhador Algumas empresas estão se apropriando de dinheiro dos trabalhadores. O calote das empresas no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) do trabalhador brasileiro atingiu R$ 10,981 bilhões no fim de 2009. Segundo a Caixa Econômica Federal, que administra o fundo, o valor das dívidas classificadas em balanço como "a recuperar" cresceu R$ 1,243 bilhão em relação ao estoque verificado em 31 de dezembro de 2008, de R$ 9,738 bilhões. Desse total, R$ 659,859 milhões referem-se a notificações de cobrança administrativa, enquanto outros R$ 868,730 milhões são débitos inscritos em dívida ativa. A maior parcela da dívida, no valor de R$ 9,453 bilhões, encontra-se em fase de cobrança judicial. Os dados da Caixa mostram ainda que o montante das dívidas classificadas como "em recuperação", cujo pagamento foi parcelado, somava R$ 2,973 bilhões em 31 de dezembro do ano passado. No fim de 2008, o valor era maior, de R$ 3 bilhões. O pior disso, muitos trabalhadores só vão descobrir o ocorrido na hora da aposentadoria ou quando a empresa já faliu.