Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

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Despedidas

Aos leitores que sofreram perdas nesse momento, meus sentimentos e toda a minha solidariedade

Aos leitores que sofreram perdas nesse momento, meus sentimentos e toda a minha solidariedade. Talvez nos faltem lágrimas para prantear todos os que estão partindo. E elas não são apenas de tristeza, são uma mistura de inconformismo, indignação, impotência e revolta. Os leitores que perderam algum ente querido vão entender esses sentimentos. A vida interrompida de repente. A ausência que nos persegue como uma companhia indesejada. Dor e sofrimento. Sentimentos difíceis de expressar que só conseguimos sentir. E silenciar. Em meio à busca de sentido para um fato tão sem sentido, silenciamos e choramos nossa dor. Buscamos alento nos amigos, tentando não perder o equilíbrio em meio a essas palafitas de sentimentos. Tentamos encontrar conforto e não perder os últimos fiapos da esperança. Rezamos e tentamos nos convencer que eles estão num lugar melhor. 

Entender?
Rezamos e choramos. Ficamos estafados de lágrimas e dor. Nos sentimos cada vez mais ignorantes, tentando entender porque a vida nos parece, por vezes, tão injusta. Nos questionamos as razões dessa doença levar tantos conhecidos, amigos e irmãos. Ficamos paralisados pela dor. Quando conseguimos reagir, insistimos em buscar no meio dessa dor um lugar ou alguém para reclamar, ou talvez, avisar que foi um engano. Não pode ser! Não podia ser agora! Não podia ser ele! E não temos a quem encaminhar nossas alegações. E fica esse vazio das perguntas sem respostas. 

Simão
Alguns poderão dizer que é excesso de emoção. Pode ser. Mas não é para quem conheceu Simão Bulla. Não foi só mais um que partiu, foi o sorridente Simão, o companheiro de todas as horas, a pessoa sempre disponível para ajudar os amigos. O eterno “gurizão” brincalhão. Justo agora em que alegria e afeto são cada vez mais escassas, ele, que as tinha em abundância e, solidariamente, distribuía com fartura a todos que o rodeavam. Justo agora ele nos deixa. E não encontramos explicação. Se toda a morte é estúpida, porque nos tira as pessoas que amamos? A partida do Simão foi um monumento à estupidez. 

Aldo
Quando tentamos superar a dor, a vida nos dá mais uma punhalada levando o Aldo José Paviani. Quem não conheceu o Aldo não sabe o que é um bom papo numa mesa de bar tomando alguma bebida. Não importava o assunto, sempre era um companheiro de debates. Alguém que se podia trocar ideias sobre qualquer assunto. Sem medo de assumir posições polêmicas, fazia suas argumentações com ponderação e qualidade. Dificilmente abria mão de suas convicções, mas não lembro de alguma vez que tenha levantado a voz em suas argumentações. Fica mais um buraco de solidão no coração. É mais um amigo e parceiro que parte cedo demais. Companheiro de música, de boemia, de noitadas com muitas conversas regadas de bebida. Vai tocar bateria no céu e debater com o Simão.