Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Desinforação

Como se as forças econômicas fossem equivalentes num país com tanta desigualdade.

Carestia
Segundo publicado em jornal de circulação nacional, o número de pessoas que ganham menos que um salário mínimo cresceu em 2,75 milhões nos últimos dois anos. Nesse período, o percentual passou de 17,7% para 20,7% do total de empregados. A carestia é política nacional e vem dando resultado. Os dados foram retirados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) e, segundo os especialistas, mostram o processo de precarização do emprego durante o período de recessão. Com as dificuldades, muitos preferem receber menos ou até  trabalhar sem registro formal para manter o emprego. Ao que parece, reduzir direitos dos trabalhadores não gera emprego. Fosse assim, poderíamos voltar ao tempo dos escravos e todos teriam trabalho. Teríamos pleno emprego sem nenhum direito? A equação é mais complexa, o desafio vem desde os tempos em que Ford decidiu aumentar os salários dos funcionários para que pudessem comprar os carros. Desde então o poder aquisitivo dos trabalhadores é a mola propulsora do consumo e do desenvolvimento. 

Desinformação
Mesmo assim, alguns acreditam que os sindicatos atrapalham o desenvolvimento econômico. Como se as forças econômicas fossem equivalentes num país com tanta desigualdade. A desinformação dos que defendem essas excrescências é impressionante. Para esses uma pequena informação: excluindo os países com regimes totalitários, sejam eles de direita ou esquerda, todos os países desenvolvidos e democráticos têm sindicatos representando tanto os empregados como empresas ou outras entidades de classe. A Alemanha tem oito sindicatos, mas são entidades federais semelhante a CUT ou Força Sindical, com a diferença que pela lei germânica é obrigatória uma representação sindical em cada empresa. Em algumas delas o sindicato faz parte do conselho de administração.

Escravidão – a volta
Enquanto isso, um funcionário do Ministério do Trabalho foi demitido porque estava elaborando uma lista de 132 empregadores que mantêm funcionários em condição semelhante à escravidão. Além da demissão, o ministério alterou os critérios para a avaliação dessa condição. Não bastam as condições degradantes, é preciso outras privações, tal como cárcere privado. Como podemos observar depois da Lei Áurea, ainda há muito a ser feito. A ‘casa grande’ tem saudade da senzala e faz de tudo para se perpetuar. 

Segurança
Na semana passada citei sobre o vandalismo na Praça e na mesma edição o colega Fabiano Provin escreve sobre o vandalismo no Centro da cidade. Então um leitor atento me questiona sobre as câmeras de segurança que foram instaladas pelo poder público após uma mobilização de parte da cidade, com protesto no Centro. Ainda estão funcionando? Confesso que tinha esquecido que elas existiam.