Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Desindustrialização?

Embora não há uma definição do que seja o termo “desindustrialização” ele está na pauta de alguns discursos dos empresários e na agenda de alguns políticos.

Embora não há uma definição do que seja o termo “desindustrialização” ele está na pauta de alguns discursos dos empresários e na agenda de alguns políticos. Alguns consideram que o fenômeno ocorre quando a indústria reduz a produção, enquanto outros avaliam pela participação do setor industrial em relação ao PIB (Produto Interno Bruto). Sendo assim, isso já ocorreu nos Estados Unidos, onde a participação da indústria vem caindo desde 1953 quando detinha 28% do PIB americano. Hoje sua participação é de 12%. No Brasil a situação é um pouco diferente, a indústria contribui com 27% do PIB, mas sua participação permanece constante desde 1995. Mesmo assim, o Brasil está entre os dez países mais industrializados do mundo. Mas afinal corremos o risco de desindustrializar?
Seleção natural
Dificilmente um país consegue ser bom em todos os setores da economia. Por isso há uma seleção natural que faz com que alguns setores desaparecem de um país para ressurgir em outro. No longo prazo os recursos e as capacidades dos meios de produção vão definindo o que é melhor e onde. Isso envolve investimentos em educação, politicas públicas de competitividade e aproveitamento racional dos recursos naturais. Segundo alguns estudiosos, o país não deve se preocupar somente com a quantidade de empregos que um setor pode gerar, mas principalmente com a qualidade do trabalho. A pergunta que surge nestes momentos: O que é melhor para a o país, uma fábrica de softwares ou uma fábrica de calçados?
Efeito China
O setor calçadista brasileiro está entre os que mais sofreram nos últimos anos. A produção reduziu em 32%, o numero de trabalhadores empregados caiu 15% e, surpresa, os salários cresceram 5% ao ano. Apesar de absorver muita mão de obra, os custos fazem diferença na hora da venda. O resultado é que o sapato brasileiro chega ao mercado americano com o dobro do preço do calçado chinês. E a China está satisfeita? Não. Já há um movimento de empresas chinesas rumo ao Vietnã e Indonésia em busca de custos menores.
Efeito serviço
Segundo esses estudos, a evolução econômica gera um movimento natural dos países que deixam de serem fornecedores de produtos para gerarem mais serviços. A indústria tende a aumentar a produtividade em relação a mão de obra empregada e o setor de serviços se desenvolve. Mesmo com a redução da indústria americana na participação do PIB ela ainda representa 23% do PIB global. O que importa é que a politica do país contemple a competitividade econômica.