No dia 1º de maio de 2016, um senador disse se solidarizar com os mais de 10 milhões de desempregados do país. Segundo ele, vítimas da política econômica. O que mudou nos últimos quatro anos?

No dia 1º de maio de 2016, um senador disse se solidarizar com os mais de 10 milhões de desempregados do país. Segundo ele, vítimas da política econômica. Depois dessa manifestação, a presidente foi retirada do cargo e assumiu o vice com o compromisso de construir uma ponte para o futuro. Depois de dois anos e algumas malas de dinheiro, o cenário só piorou sob o desgorverno do vice, o país perdeu aproximadamente 1,4 milhões de postos de trabalhos. Os dados são do IBGE. O que mudou nos últimos quatro anos? Praticamente nada. Mesmo antes da pandemia, os níveis de desempregados e os desalentados (aqueles que desistem de procurar emprego) só aumentou. Nesse período foram retirados direitos dos trabalhadores, criadas alternativas que facilitam a contratação e a demissão. Por que nada disso funcionou? A resposta é de uma simplicidade franciscana: porque não há contratação se a economia não andar para a frente.

Teto 
Será que os empresários estão preocupados com o déficit primário? Será que perdem o sono devido ao teto de gastos? Ao ler que o governo americano fez investimentos de estímulo na economia equivalente a 13,9 % do PIB, mesmo tendo dívidas que ultrapassam o PIB anual, será que eles não estabelecem teto de gastos porque são menos espertos que os brasileiros? Apenas para comparar, o Brasil até o momento fez projetos de estímulos financeiros equivalentes a 11,8% do PIB. Considerando as diferenças de estrutura e de tamanho da economia, cada um pode fazer suas conclusões. 

Investimento
A Alemanha investiu 17,7% do PIB. O Canadá 15%. Mas nós estamos certos em manter o teto de gastos e evitar investir na economia. Isso não significa dar dinheiro de graça ou ampliar os benefícios do bolsa família que já foi denominado de bolsa fome, bolsa farofa, etc... Investir na economia significa disponibilizar recursos para as empresas manterem um mínimo de atividades para a manutenção de postos de trabalho. Desde que se criou a economia clássica, uma regra permanece: sem renda, não existe consumo, por outro lado não tem economia que funcione. Mas como fazer a economia funcionando reduzindo o valor do salário mínimo? 

Dúvidas
A esperança poderia vir do exterior, só que não. No discurso o Brasil tem atraído investimentos diretos do estrangeiro, inclusive com aumento, conforme declaração feita na ONU. Na prática, os dados do Banco Central, no período de janeiro a julho deste ano, mostraram uma queda de 30% em relação ao mesmo período do ano passado. Uma queda de 36 bilhões para 256 bilhões de dólares. Vamos dar o benefício da dúvida. Talvez estivessem falando em fluxo cambial. Não adianta ter essa boa vontade. Os dados do fluxo cambial mostram a saída de 15 bilhões de dólares nos primeiro oito meses. Na bolsa de valores os estrangeiros retiraram 87 bilhões. Dúvida cruel: não sabem fazer cálculos, estão mentindo, não se comunicam, ou todas as alternativas anteriores?