Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Desafios

A estimativa é que em torno de 7% das horas de trabalho do mundo simplesmente desapareçam, o que equivale a 195 milhões de trabalhadores em tempo integral

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) havia projetado uma perda de 25 milhões de empregos no início da pandemia. Essa semana revisou para cima. A estimativa é que em torno de 7% das horas de trabalho do mundo simplesmente desapareçam, o que equivale a 195 milhões de trabalhadores em tempo integral. E os recursos para as empresas? Aos poucos começam a surgir denúncias de que os recursos não chegaram. O pouco que chegou está repleto de exigências que dificultam o acesso aos recursos. Se a situação é confusa por si só, os empresários ficam no meio do fogo cruzado. Além das quedas na produção e vendas, os recursos demoram a chegar, ou não chegam. As medidas paliativas que ajudariam a amenizar a situação demoram para serem implementadas. O que fazer? Demitir? Reduzir o horário? Ou aguardar? 

Teorias
Há um receio nos meios empresariais: Está sendo difícil conseguir ajuda das autoridades porque há o receio de que os benefícios dados agora terão muitas resistências para no futuro serem retirados. Surpreende que os defensores das teorias monetaristas permaneçam calados com as últimas medidas propostas pelas autoridades econômicas. Não propõem alternativas e também não criticam as medidas. Seria vergonha? Ou o reconhecimento de que o momento exige medidas drásticas para tentar cruzar o período de dificuldades? Segundo afirmou um grande empresário, com livre trânsito entre as autoridades: Em períodos de normalidade, somos liberais, em momentos de dificuldades, somos todos Keynesianos. Em tempo: Keynes defendeu a participação dos governos na economia, mesmo com déficit nas contas públicas. Essa foi a receita para reconstruir a Europa depois da II Guerra Mundial.   

Investimentos
Muitos fundos de renda fixa tiveram rentabilidade negativo no mês de março. Segundo levantamento de empresa especializada, 32% dos fundos referenciados em DI (depósito interbancário) tiveram perdas nesse mês. Na média, as perdas foram de 0,04%. Isso gera muitas dúvidas nos investidores, uma vez que esses fundos são os mais conservadores. As razões podem estar em vários aspectos, desde os papéis que os fundos mantêm em carteira, passando pela taxa de administração e o aumento das taxas no mercado futuro. Razão 1: Os fundos podem manter em carteira títulos de crédito de empresas privadas, decorrente da situação os títulos podem perder valor em razão do risco. Razão 2: a taxa de administração. Seu valor incide sobre o valor investido e mais os rendimentos, em tempos de taxas de juros baixas, taxas de administração altas podem consumir toda a rentabilidade. Razão 3: Apesar dos cortes nas taxas de juros básicos, no mercado secundário as taxas de juros têm subido, hoje existem títulos do tesouro pré-fixados com taxas de 7% ao ano, devido a marcação a mercado os títulos em carteira perdem valor quando as taxas sobem.  

Lutas
Não basta lutar contra uma pandemia. É preciso lutar contra a desinformação, combater achismos, evitar  mentiras que, apesar da troca de nome para “fake news”, continuam sendo mentiras. É preciso mostrar que a ciência tem mais valor que a ignorância. Na luta contra o pessoal do estábulo, o ministro da Saúde venceu. Por enquanto.