Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Democracia e economia

O mundo árabe desperta e a população começa a exigir participação...

O mundo árabe desperta e a população começa a exigir participação nas escolhas dos seus governantes, na prática daquilo que denominamos de democracia. As civilizações mais antigas e que já deram grandes contribuições para a humanidade (os números arábicos são um exemplo) parecem destinadas a serem conduzidas. Seja por tutores ou por ditadores. O movimento político sempre se reflete no movimento econômico. Os americanos estavam tão preocupados com o Irã que esqueceram seu parceiro Egípcio, no poder a 30 anos e onde tudo começou. O movimento por maiores liberdade tem se espalhado pelo oriente com preocupações sobre o avanço do Islamismo. Os reflexos na economia são decorrentes da expectativa sobre a evolução dos acontecimentos do que propriamente da representatividade de alguns países. O Egito, por exemplo, tem um PIB de 200 bilhões de dólares, aproximadamente duas vezes o PIB do Rio Grande do Sul, ou um décimo do PIB brasileiro. A reação econômica representa o medo da contaminação.
Petróleo
O movimento iniciado no Egito se espalhou feito fogo no capim seco poela Tunísia, Iêmen, Argélia e chegou a Líbia, uma ditadura de 40 anos. Com isso, o movimento democrático se aproxima dos poços de petróleo e deixa apreensivo o mundo movido a combustível. Economistas britânicos calculam que um aumento de 10 dólares no preço do barril do petróleo reduza em meio ponto percentual o crescimento do PIB mundial. Ou seja, um estrago do tamanho do mundo.
Acordo
Para evitar maiores estragos, representantes de países produtores e importadores de petróleo se reuniram nesta semana, na Arábia Saudita, para fazer um acordo buscando reduzir a volatilidade do preço. Os negociadores, que representam 90% do consumo global, se comprometeram do lado produtor, em aumentar a oferta no caso de escassez, e do lado importador, aumentar a transparência e a estabilidade dos negócios. O risco de escassez por enquanto é mínimo devido à capacidade de produção retida e que pode ser usada a qualquer momento. A dúvida é sobre os efeitos de longo prazo, pois as principais empresas produtoras do mundo estão suspendendo a produção nesses países. Como o mercado se move de acordo com as expectativas, as bolsas do mundo já estão se ajustando.
Cavalheiros
O acordo que ainda não foi totalmente divulgado, por enquanto esta no plano das boas intenções. Evitar alterações bruscas no preço do petróleo é benéfico para todo mundo, porém, os produtos com grande liquidez são utilizados como instrumentos financeiros no mercado de derivativos. Os operadores dos grandes fundos de hedge poderão atuar fortemente para testar a firmeza do acordo. Quando se trata de ganhos ou perdas milionários não existem cavalheiros, tampouco, acordos.