Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

De volta ao passado

Num mundo digital, qual o significado de ouvir um disco de vinil? 

Começou meio por acaso e acabou se tornando um evento anual que foi intitulado a noite do vinil. Uma noite de muita música, vinho, comida e boa conversa com bons amigos. Música ao vivo e no vinil, lógico. A pandemia tem impedido a realização.  Talvez seja isso que tem me tornado reflexivo ultimamente. Despertou a saudade e com ela seus efeitos colaterais: tristeza, reflexão, as vezes até vontade de voltar ao passado. A tecnologia nos amplia o acesso à música e eu taciturno pensando na “noite do vinil”. Num mundo digital, qual o significado de ouvir um disco de vinil? 

Fita
Antigamente para fazer uma seleção de músicas devíamos gravar uma fita cassete com as nossas preferidas. Os mais jovens provavelmente terão que pesquisar o que é uma fita cassete. Aproveitem a pesquisa e vejam que maravilha era um walkman, a grande invenção da Sony que permitiu que as pessoas caminhassem e ouvissem música, 60 minutos de músicas selecionados, sendo 30 minutos em cada lado da fita. Ficou mais sensacional depois que a tecnologia evoluiu e a fita virava de forma automática para ouvir o outro lado. O Walkman pode ser considerado o pai, talvez o avô, dos reprodutores digitais do tipo mp3 players, iPod e outros similares. E tem gente ouvindo vinil!

CD
A tecnologia evoluiu para o CD e para o DVD com mais capacidade de armazenamento e melhor qualidade de som. A partir de então, a tecnologia digital deu um salto para cartões de memória, pen drives e outros aparelhos que nos permitem ter música a qualquer momento e em qualquer lugar. Para ouvir música no carro não é mais necessário gravar uma fita, hoje um acessório de tamanho minúsculo nos fornece horas de músicas. Para os que caminham é possível ouvir música por um desses equipamentos ou pelo telefone celular, fazendo uma lista de músicas preferidas em que a denominação atual é “playlist”. Não basta apenas gostar de ouvir um “bolachão” de vinil, as pessoas ainda se reúnem para isso, vai entender! Pode ser apenas curiosidade em ouvir uma gravação original, sem os recursos tecnológicos que transformam qualquer cantor medíocre num músico super afinado. Mas também pode ser um apego ao passado, ou um sentimento oculto de evitar a evolução. Pode ser um desejo de voltar ao passado, sinal de retrocesso ou de velhice. Seria o caso de procurar um analista ou fazer uma terapia de grupo? Gostar de ouvir vinil?

Assumindo
Talvez seja apenas saudosismo. Junto com o vinil estou aderindo a campanha pela volta do voto impresso e do mimeógrafo. Justifico. Depois de 25 anos de utilização, o voto eletrônico provou que não é seguro e pode ser manipulado. Todas as eleições que aconteceram nesse tempo tiveram problemas comprovados, principalmente as últimas. É só observar os resultados. Estão aí, só não vê quem não quer. A volta do mimeógrafo tem duas razões. A primeira é econômica. Recuperaria os fabricantes de máquinas de escrever, equipamento necessário para fazer as matrizes necessárias para fazer as cópias. A segunda razão é pela higiene. Como o sistema de impressão é com álcool, ajudaria a combater a contaminação pelo coronavírus. Salve o voto impresso e o mimeógrafo. Tenho dito. E com licença, vou ouvir um vinil.