Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

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Crises e suas origens

Se a crise de 2008 foi provocada pela ganância dos mercados...

Se a crise de 2008 foi provocada pela ganância dos mercados, principalmente o americano, a crise de 2011 é originada pela gastança dos governos, principalmente europeus. No meio disso tudo, o FMI, sempre tão cioso e inflexível com os países do terceiro mundo, parece não estar enxergando, ou fazendo de conta. Onde estão os economistas que repetiam a famosa receita do “fazer a lição de casa?”. Será que ela não vale agora para Grécia e outros países europeus? Da mesma forma, essa receita não se aplica aos Estados Unidos, tentando elevar o nível de endividamento para o país que já é o mais endividado do mundo? Ao que parece, quando a crise é no outro lado do Atlântico ou acima da linha do Equador, as velhas receitas não funcionam. É inacreditável que o país que criou a última onda econômica (o neoliberalismo, ou seja, EUA) esteja agora enredado nas próprias ideias. Um dos efeitos da crise pode ser observado nos economistas tupiniquins com espaço na grande mídia, sem os conceitos e bordões de além-mar, e que possam ser repetidos aqui: olham para o outro lado como se não fosse com eles.
Americanos
Os Estados Unidos estão perigosamente próximos de se tornarem inadimplentes. O que seria uma catástrofe para a maior economia do mundo. Será que os conservadores americanos querem se vingar do primeiro presidente negro da história? A história registra mais uma centena de decisões elevando o nível de endividamento do governo, quais as razões para tanta rigidez? Fica ainda mais difícil de explicar se olharmos o passado recente, onde um dos motivos foi a crise das hipotecas com múltiplos financiamentos sobre a mesma propriedade. Esta liberalidade resultou em um problema de 5 trilhões de dólares, ou oito vezes o PIB brasileiro. Isso ocorreu no governo do Bush (chamado pelos americanos de “pequeno grande mentiroso”). O congresso americano parece estar olhando mais a política do que a economia. Porém, a decisão poderá custar caro para o mundo todo e as consequências são imprevisíveis. Alguns apostam que o dano econômico será pior que a Segunda Guerra Mundial, que alterou o eixo econômico mundial da Europa para a América. Seria a vez do Oriente?
Gregos
Enquanto a queda de braço com o Congresso americano não chega ao fim a Europa parece ter adiado o “fim do mundo”, ao menos por enquanto. Um novo pacote de ajuda a Grécia evitou que o país ficasse inadimplente. Além dos empréstimos internacionais, a ajuda prevê aumento de impostos e troca da dívida de curto prazo para títulos novos que vencerão em 30 anos. Em outras palavras, os contribuintes serão chamados para socorrer a economia. É de lembrar que, com a unificação, todos os cidadãos da Europa deverão contribuir. De qualquer forma, o mundo não vai acabar agora, mas europeus e americanos ficarão mais pobres. Como disse o turista inculto: “Depois dessa crise vai ficar mais difícil para a Grécia terminar a tal de Acrópole e, para a Itália, concluir aquele estádio velho que chamam de Coliseu”.