Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Criptomoedas

As moedas virtuais, também denominadas de ‘criptomoedas’, foram popularizadas pela primeira delas, denominada ‘Bitcoin’.

As moedas virtuais, também denominadas de ‘criptomoedas’, foram popularizadas pela primeira delas, denominada ‘Bitcoin’. A denominação se refere ao sistema de criptografia dos registros eletrônicos da nova moeda. Com altas absurdas que chegaram a 2.000% ao ano, a moeda atraiu uma legião de investidores. Estimativas apontam para quase 1,5 milhão de brasileiros estão operando com essas moedas. Número superior aos investidores da bolsa de valores. A operação é simplificada porque os controles praticamente não existem e tudo é feito no ambiente virtual, sem intermediários financeiros ou exigências governamentais. Tudo muito rápido, prático e fácil. Pois nessa praticidade pode estar a origem de alguns problemas.

Problemas
Se por um lado a facilidade de comprar e vender essas ‘moedas virtuais’ é um atrativo, também pode servir de armadilha para alguns investidores. A cada dia surgem notícias de empresas em que o site simplesmente sai do ar e os telefones não atendem. Ao procurar as autoridades, a única solução é prestar queixa crime contra a empresa e/ou as pessoas porque sob o aspecto de legislação do mercado financeiro resta muito pouco a fazer. Essas empresas são denominadas de ‘Exchange’ e não são participantes do mercado financeiro, não precisam de autorização de nenhum órgão regulador para realizar essas operações porque a moeda virtual não é considerada um ativo. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) emitiu vários alertas sobre a atuação das ‘corretoras’ de moedas virtuais, ressaltando que não são regulados. Devem existir empresas sérias nesse mercado, porém a falta de regulação dificulta sua identificação. Alguns são iludidos com legislação da receita federal que fala exclusivamente em tributação, o que é algo natural, qualquer ganho de capital deve ser tributado. Mesmo que seja não regular.

Ganhos
A cada dia surgem novas empresas prometendo ganhos espetaculares com ‘as moedas virtuais’, algumas falando em rendimento de 15% ao mês. Considerando que no último mês o preço do ‘Bitcoin’ caiu 30% e no ano acumula uma queda de 73%, atingir tal rendimento é uma tarefa que exige um esforço considerável, ou alguma mágica. 

Perdas
A facilidade, e em alguns casos o anonimato, são um terreno fértil para golpes financeiros. O mais conhecido deles é a pirâmide ou esquema Ponzi, que ficou famoso com o caso Madoff. Neste mês, um grupo de oito homens foi preso pela polícia japonesa por aplicar um esquema desses. Com a promessa de lucros com ‘Bitcoin’, lesaram 6 mil pessoas e os valores chegam a 68 milhões de dólares. Porque usaram essa moeda?