Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

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Crescimento

Apesar das manchetes dizendo que o PIB do Brasil em 2008 foi o menor crescimento nos últimos 17 anos há que se considerar o ponto de referência.

Apesar das manchetes dizendo que o PIB do Brasil em 2008 foi o menor crescimento nos últimos 17 anos há que se considerar o ponto de referência. Muitas vezes a matéria desmente a manchete, mas sempre fica o anúncio. O Brasil foi o país menos afetado da América Latina, a China teve o menor crescimento dos últimos 8 anos. Mesmo assim no grupo BRIC fomos o único com desempenho negativo. Não foi tão ruim, mas poderia ser melhor. Os primeiros indicadores de 2010 mostram recuperação. O negócio é torcer para que o Banco Central e sua política de juros não atrapalhem a recuperação. Os primeiros sinais apontam para um crescimento de 7% no ano, isso se o Copom não jogar água nessa fervura. Pela alta Os que defendem a alta da taxa de juros apontam para os seguintes indicadores: o crescimento de 2% do PIB no 4º trimestre, considerado expressivo, e a geração recorde de empregos formais no mês de janeiro. Argumentam, também, que o Brasil está crescendo "acima de seu potencial", ou seja, com o consumo mais forte do que a oferta de bens e produtos. O resultado dessa diferença, já estaria sendo refletida não apenas na inflação atual, como também na projeção para meses futuros. Sob o aspecto de política econômica a avaliação de alguns especialistas é de que o objetivo do governo deve ser o centro da meta e que seria menos custoso para a economia agir "de forma preventiva". Segundo estes a alta dos juros é certa a dúvida é apenas com relação à data em que isso deve ocorrer. Pela manutenção Para aqueles que defendem a manutenção das taxas de juros, o principal argumento é de que o aumento da inflação verificado no início do ano seria apenas sazonal, ligado, por exemplo, ao reajuste das mensalidades e à alta de alguns alimentos. A inflação é decorrente de questões específicas e não seria uma ameaça. O fato de a inflação (IPCA) do mês de fevereiro ter ficado abaixo das expectativas do mercado, em 0,78%, é apontado como um indicador de que o índice está perdendo fôlego. Outro argumento para a manutenção dos juros em 8,75% é ode que ainda é cedo para concluir que a economia esteja rodando a uma velocidade excessiva. O ideal seria aguardar até que os indicadores econômicos mostrem uma tendência, e não apenas efeitos sazonais. Implicações políticas Com a proximidade das eleições presidenciais, a decisão sobre os juros ganha uma relevância política ainda maior. A expectativa era de que os aumentos começariam agora para serem digeridos até as eleições. Porém, mantendo a postura técnica, o Comitê de Política Monetária (Copom) optou por manter a taxa básica de juros. A decisão não foi unânime 5 diretores votaram a favor e três contra. O que deixa margem para apostar na sua elevação na próxima reunião, no final de abril. A dúvida é sobre o tamanho do aumento.