Crescimento é problema?
Tem circulado com grande desenvoltura a ideia de que o crescimento econômico brasileiro pode ser um problema.
Tem circulado com grande desenvoltura a ideia de que o crescimento econômico brasileiro pode ser um problema. Para alguns analistas chega a ser uma tragédia. A receita para esse mal é quase sempre a mesma: arrocho fiscal e monetário. Para justificar as suas ideias citam a crise bancária americana de 2008 e mais recentemente a crise da dívida dos países da zona do euro. Há, no mínimo, um paradoxo inexplicável. A crise americana não foi causada pelo crescimento econômico, mas pela irresponsabilidade creditícia, e a solução encontrada pelos economistas de lá foi reduzir drasticamente as taxas de juros para superar a crise. A crise mais recente na zona do euro, e da qual ainda não sabemos que extensão terá, tem como causa a falta de crescimento das economias de alguns países. E porque o Brasil não pode crescer? Porque faltará infraestrutura, porque irá soltar da jaula o dragão da inflação, entre outros motivos da economia ortodoxa defensiva, criada e divulgada por acadêmicos americanos, mais dispostos a resolver seus problemas internos do que dos países de terceiro mundo.Discurso obscuro
Os mesmos que defendem a retração do crescimento, já fizeram o discurso da “década perdida” e daqui a pouco estarão em palanques defendendo um crescimento maior. O risco dessas políticas dúbias é a contração dos investimentos pela incerteza. Se o crescimento gera um clima de ampliação, renovação e inovação na economia. O clima de prudência pode resultar em estagnação e redução de novos negócios, criando um circulo vicioso ao invés de um virtuoso. A redução demasiada do crescimento não deixará espaço para manobras econômicas de reversão. Será o equivalente a manobrar um carro parado, as rodas giram mas ele não muda a direção. Esse é o risco da contração econômica. Crescer com segurança é a melhor soluço, porém, os indicadores econômicos não conseguem dizer qual é o limite seguro. O mais aconselhável é o fortalecimento do consumo sem endividamento excessivo. É sempre bom lembrar que temos uma grande dependência externa, e em tempos de crise o mercado interno forte é um porto seguro.
Mesma história
O que dizer dos prejuízos do hospital? Pelo terceiro ano consecutivo recursos são consumidos, em volume menor do que no ano anterior, é verdade, mas continua a sangria. Será que a mudança de diretoria será suficiente para recolocar a instituição no caminho da sustentabilidade? Ou foi apenas troca de nomes e permanece o mesmo clima de confronto? Será que estão diagnosticadas as causas para essa mudança abrupta nos resultados, ou isso só ira ocorrer quando a comunidade for chamada a cobrir os resultados da má gestão? Pelos números divulgados ainda há solução, porém, são apenas números. Eles são reflexos de decisões, o cotidiano da instituição deve ser avaliado em busca de soluções. Uma coisa é certa, algo deve ser feito urgentemente sob o risco da situação se agravar.