Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

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Confiança e cautela

Pesquisa realizada em São Paulo mostra que o consumidor brasileiro está mais confiante em relação ao futuro, mas também mais cauteloso em assumir compromissos financeiros.

Pesquisa realizada em São Paulo mostra que o consumidor brasileiro está mais confiante em relação ao futuro, mas também mais cauteloso em assumir compromissos financeiros. A confiança medida no mês de maio melhorou em relação a abril e mostra otimismo em níveis históricos – numa escala de zero a 200 o indicador apontou 166. Uma das razões apontadas pelos especialistas é a oferta de emprego. O momento é avaliado como bom pelos entrevistados mesmo com as projeções de pouco crescimento econômico. A maior parte deles declarou estar segura na manutenção dos empregos e não conhece ninguém desempregado. Por outro lado, a mesma pesquisa mostra receio na hora de se endividar.
Parado ou se movendo?
Na dúvida, o brasileiro está mais cauteloso, e fica parado quando o assunto é comprar itens de maior valor como imóvel ou automóvel. Levantamento realizado em São Paulo mostra que em novembro do ano passado 69% dos pesquisados estavam dispostos a comprar tais bens. Em maio o percentual caiu para 60%. Os resultados devem considerar que em novembro estávamos com a economia trabalhando a pleno e próximo do final do ano, onde o 13º salário é um convite ao consumo. Neste momento, a economia está dando sinais de desaquecimento e autoridades realizam promoções como corte de impostos e redução dos juros. Mesmo assim, parece que o consumidor criou juízo ou estancou de medo.
Inadimplência
Terá o consumidor criado juízo? Pois apesar das tentações de consumo patrocinadas pelos órgãos oficiais, ele não parece disposto a comprar. Parte da explicação está em pesquisa divulgada nesta semana pelo Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) de São Paulo. A inadimplência tem crescido a cada mês, acumulando no ano uma alta de 12%. Com base no desempenho até o mês de maio é projetado um aumento nos registros de inadimplência de 7% acima do ano de 2011. O valor médio também vem crescendo acima dos índices e inflação.
Varejo
Os dados do varejo são os mais preocupantes: alta de 10% na inadimplência sobre o mês anterior e acumulado de 22% nos últimos 12 meses. O aumento da concessão do crédito no início do ano, principalmente para pessoa física, está na origem do problema. A expectativa é sobre como foi o comportamento em relação às vendas do Dia das Mães. Como bem sabem os comerciantes, o inadimplente de hoje dificilmente volta a ser o consumidor de amanhã. Ele busca outra loja ou outra vítima.