Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Concessões

Quando o Estado faz uma concessão, concede o direito de alguém explorar um serviço. Alguém adquire um direito (concessão) de prestar serviços para a população dentro de parâmetros estabelecidos e fiscalizados pelo poder concedente, seja a União, o Estado ou o município.

Quando o Estado faz uma concessão, concede o direito de alguém explorar um serviço. Alguém adquire um direito (concessão) de prestar serviços para a população dentro de parâmetros estabelecidos e fiscalizados pelo poder concedente, seja a União, o Estado ou o município. Por isso, a concessão tem regras de comportamento estabelecidas pelo poder público. Como exemplo, temos o transporte urbano que é uma concessão pública explorada pela iniciativa privada. Em alguns casos a concessão é estadual e, em outros, pode ser o poder municipal. Outro exemplo é o serviço de táxis regulamentado pelo município. O município cede espaço público para que os carros possam ficar estacionados e ter uma estrutura mínima para atender a população. Em troca, o beneficiado pela concessão deverá prestar serviço à população dentro de regras estabelecidas pelo poder concedente. No nosso município acredito que está na hora de rever estas regras em benefício da população. Pois o serviço deixa a desejar: ou a concessão é feita sem as devidas exigências de contrapartida nos serviços ou não há fiscalização sobre os serviços prestados. É o que se deduz dos depoimentos dos usuários.
Cena 1
A pessoa chegou de ônibus em torno das 20h. Nos dois pontos próximos à Rodoviária nenhum táxi disponível. Depois de aguardar 15 minutos junto a um dos pontos, precisa ligar para um amigo para vir buscá-lo no Centro da cidade. No dia seguinte, às 9h, a mesma pessoa passa pelo Centro da cidade e quatro carros estão estacionados na Praça da Bandeira – outros dois estão em outro ponto. O comentário do visitante é cômico, pois é a primeira cidade com táxis somente no horário diurno.
Cena 2
Chove muito. Uma chuva inesperada. Anoitece e a chuva continua firme e forte. O passageiro chega ao ponto de táxi onde uma mulher aguarda pelo serviço. Depois de alguns minutos iniciam um diálogo sobre a dificuldade de transporte em nossa cidade. Ao ser questionada a mulher responde que está aguardando há mais de 30 minutos. Enquanto esperam visualizam um táxi deixando uma pessoa num prédio próximo ao ponto. Os dois sinalizam em vão, pois o motorista comete uma irregularidade – manobra o carro no meio da quadra, não passa pelo ponto e vai embora. Algum tempo depois outro táxi deixa uma pessoa na Rodoviária, a mulher sai do abrigo e debaixo da chuva acena para o motorista. Ele repete a manobra do colega, comete a irregularidade para evitar passar pelo ponto e vai embora. Depois de aguardar por quase uma hora a mulher liga para um familiar buscá-la no ponto. Enquanto aguarda, o usuário fica pensando sobre as maravilhas de adquirir um carro sem impostos, fazer o próprio horário de trabalho, não ter exigências e não precisar dar explicações a ninguém. A chegada de um amigo com a oferta de carona interrompeu os pensamentos. Fica a pergunta: onde estão as exigências de quem fez a concessão?