Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

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Competitividade

A indústria brasileira perdeu competitividade nos últimos anos

A indústria brasileira perdeu competitividade nos últimos anos. Ao menos é o que dizem entidades representativas de vários setores. As causas podem ser atribuídas a vários fatores: política cambial equivocada, juros altos, falta de recursos para investimentos, dependência das empresas das benesses oficiais, entre outras. Um novo pacote divulgado nesta semana tenta trazer um alento para as empresas. O ponto mais importante é a desoneração da folha salarial das empresas denominadas de “trabalho intensivo”. Além dele, outras medidas tentam melhorar as condições de mercado das empresas, são elas: redução de IPI, devolução de créditos tributários, aumento de recursos para investimentos, capital de giro para pequenas e médias empresas, novas linhas de crédito para inovação e maiores restrições para as importações.
Desoneração
O projeto de reduzir os encargos sobre a mão de obra é um medida com, no mínimo, 20 anos de atraso, ou desde que teve início o processo de automatização das indústrias brasileiras. Isso começou a dividir as empresas em dois blocos distintos: as de trabalho intensivo e as de capital intensivo. As primeiras empregam mais mão de obra por unidade produzida; as segundas necessitam de altos investimentos para resultar em baixo custo da produção. Entre os setores beneficiados estão as indústrias de confecções, calçados, móveis e softwares. Para estas empresas a alíquota do INSS que atualmente é de 20% passará a ser zero. Para compensar a perda de arrecadação, as empresas pagarão uma alíquota sobre o faturamento, que será variável conforme o setor de atuação, iniciando em 1,5%.
Recursos
Outro foco do chamado “pacote industrial” são os investimentos em bens de capital e equipamentos, que serão ampliados através do programa de sustentação industrial. Serão aumentados os recursos para capital de giro de pequenas e médias empresas, o orçamento passará de R$ 3,4 bilhões para R$ 10,4 bilhões. Investimentos em inovação terão uma linha de crédito de R$ 2 bilhões com taxas máximas de 5% ao ano. Além disso, serão ampliados programas de financiamentos para linhas farmacêuticas, plástico e equipamentos para redução de gases que causem o efeito estufa.
Exportadores
Para aliviar a situação dos exportadores que têm de lidar hoje com a obscena desvalorização do dólar, foram anunciadas algumas medidas paliativas: devolução de até 4% do PIS e Cofins acumulados na cadeia produtiva e ressarcimento das mesmas contribuições em até 60 dias para as empresas que adotarem a escrituração fiscal digital. Algumas entidades empresariais acharam as medidas insuficientes. É compreensível. Discordar é a uma forma de conseguir mais benefícios.