Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Competitividade

Só não ficamos na última colocação porque obtivemos boas notas no índice de disponibilidade de mão de obra. 

Competitividade
O Brasil continua na mesma posição desde 2012 em um ranking de competitividade elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), ano que começou a ser divulgado. Nosso lugar é o penúltimo numa comparação com 18 países. Só estamos na frente da Argentina, a qual corre o risco de nos ultrapassar em função de alterações recentes no ambiente macroeconômico e ambiente de negócios. Nesse aspecto, estamos no último lugar. Essa informação por si só pode não significar muita coisa se não estiver relacionada com os países com os quais foi feita a comparação. São eles, por ordem de classificação: Canadá, Coreia do Sul, Austrália, China, Espanha, Chile, Polônia, Tailândia, Turquia, Rússia, Indonésia, África do Sul, Índia, México, Colômbia, Peru, Brasil e Argentina. Só não ficamos na última colocação porque obtivemos boas notas no índice de disponibilidade de mão de obra. 

Causas
Quando falamos em competitividade o pensamento comum é jogar a culpa no governo, nos impostos, na corrupção, entre tantos fatores externos. Principalmente quando a manifestação vem de entidades empresariais. Transmite a imagem de que os empresários são altamente eficientes e muitas vezes até vítimas de um processo que penaliza a livre iniciativa. Por isso é importante ressaltar que o relatório é feito por uma entidade empresarial e está escrito com todas as letras: o Brasil tem a colocação mais baixa, ou seja, é o último lugar com relação a pagamentos irregulares e de subornos. A variável foi gerada a partir da seguinte pergunta: “Quão comum é para as empresas no seu país realizar pagamentos extraoficiais ou subornos?”. Essa pergunta é a mesma utilizada pelo Fórum Econômico Mundial que já apontou isso em seus relatórios. De acordo com os resultados, é prática comum das empresas pagar subornos.

Outros estudos
Alguém pode imaginar que a CNI ou seus pesquisadores tenham utilizado uma metodologia questionável. Não é esse o caso. Estudo semelhante feito pela IMD, uma escola de negócios da Suíça, coloca o Brasil no lugar 61 entre 63 países. Ganhamos da Mongólia e Venezuela. Esse estudo realizado desde 1989 tem quatro pontos principais: desempenho econômico, eficiência do governo, eficiência empresarial e infraestrutura. Os itens que tiveram as quedas mais significativas foram desempenho econômico e eficiência empresarial. Outro estudo realizado pelo Banco Mundial com 137 países coloca o Brasil na posição 80. No estudo realizado em 2012 o país ocupava a posição 48. Essa queda no ranking tem vários motivos, porém, devemos destacar a posição 126 em ética corporativa. Em outras palavras, de 137 países, somente 11 têm menos ética nas corporações do que o Brasil. Pior que isso só a classificação na classe política, onde estamos no merecido último lugar.