Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Como funciona?

Diminuem os recursos para a educação, mas aumentam as verbas para a publicidade sobre a reforma que não foi debatida com aqueles que realmente conhecem os problemas.

Como funciona?
Os roteiros são parecidos em vários níveis dos poderes. Ou seriam os “podres poderes”? O desenrolar é mais ou menos assim: não tem verba, então precisa reduzir os gastos, depois é preciso atender aos pedidos da “base aliada”, dependendo do caso tem verba. Em seguida, o discurso passa a ser a necessidade de aumentar a receita para fechar o orçamento. Logo depois é preciso gastar para melhorar a eficiência. No nível nacional está assim: não há verba para emitir passaporte, mas para ganhar votações no legislativo ela surge de algum lugar. Não existem recursos para manter a força tarefa da lava-jato, mas tem dinheiro para os deputados aprovarem a reforma trabalhista. Falta dinheiro para a previdência, mas gastam com anúncios dizendo que vai ser boa para o país. Diminuem os recursos para a educação, mas aumentam as verbas para a publicidade sobre a reforma que não foi debatida com aqueles que realmente conhecem os problemas. Impressionante como surgem e desaparecem recursos de acordo com os interesses políticos. Isso tudo depois de aprovado o texto de gastos para os próximos 20 anos. Medida que vai salvar o país, diziam os arautos dos novos tempos. Se mudaram a constituição para evitar gastos uma pergunta óbvia é de onde saem esses recursos milagrosos?

Valores
Resultado disso são bilhões em emendas parlamentares para tentar salvar o mandato presidencial, alguns cálculos apontam valores entre R$ 3 e 5 bilhões em agrados aos parlamentares. O volume subiu exponencialmente desde maio. Coincidência. Foi quando surgiram as primeiras denúncias de corrupção. Ops! Corrupção? Ela não foi extinta com discursos ufanistas dos deputados transmitidos ao vivo para todo país? A previdência gasta R$ 100 milhões em publicidade, mas não tem recursos para a aposentadoria. O que será gasto quando a votação for para o plenário? 

Origem
Não é preciso ser especialista ou portador de um título acadêmico para saber que o governo não cria receita. Ele cria políticas que podem gerar receitas nos tributos cobrados a partir da atividade real da economia. No caso brasileiro, a maior parte da receita vem do imposto sobre o consumo. Ou seja, o sacrifício é democrático e alguns acham injustos, porque penaliza igualmente sem levar em consideração o poder aquisitivo. Nos outros países a maior parcela dos tributos vem sobre as grandes fortunas e as transferências de propriedade. Com toda a mobilização feita por setores da sociedade alguém acredita que uma mudança dessas venha dos nossos políticos?

Cobrança
A solução mais simples é aumentar os tributos. São criados novos tributos com nomes bonitos que tentam disfarçar sua verdadeira razão da criação. Elas são denominadas “contribuições”, “programas”, entre outras excrescências. A solução de agora será no aumento da tributação dos combustíveis. Quem vai pagar o pato?