Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Coisa do Brasil

Particularmente, me sinto triste quando ouço a expressão

Particularmente, me sinto triste quando ouço a expressão “é coisa do Brasil”, ou então “é só no Brasil”, porque geralmente está relacionada a algo pejorativo. O usual é a expressão ser utilizada para mostrar descontentamento ou revolta com algo relacionado ao Brasil. As razões são as mais diversas, mas, principalmente, podem ser identificadas no papel ‘emburrecedor’ e colonizador dos órgãos de comunicação, que deturpam a realidade e tentam mostrar apenas o lado negativo das coisas, mostrando um mundo em que a vida é bela somente para quem desfruta das delícias do Rio de Janeiro ou de outro lugar paradisíaco. No restante do país há um bando de ignorantes que servem de massa de manobra ou então um grupo de ‘malandros’, pessoas que utilizam do ‘jeitinho’ e outras denominações depreciativas. Por isso, que, lamento a pequena divulgação de uma pesquisa que revela o orgulho que os jovens sentem de serem brasileiros.
Orgulho
O estudo mostrou que 89% dos jovens com idade entre 18 e 24 anos afirmaram ter mais orgulho do que vergonha de ser brasileiro. Para os realizadores da pesquisa, essa parcela da população é o centro primário de influência da sociedade, por possuir valores e comportamentos que são aspiração para os mais novos e inspiração para os mais velhos. A pesquisa foi realizada pela Box 1824, uma agência especializada em tendências de consumo e comportamento jovem. Para seus serviços ela utiliza uma rede de correspondentes em todo o mundo, além disso, atende clientes de diversos segmentos do mercado, geralmente, empresas líderes mundiais em seus mercados.
Mudanças
A pesquisa divulgada na última segunda-feira, dia 13, diz respeito à percepção de que o Brasil está melhorando. Enquanto 75% dos jovens acreditam que o País está mudando para melhor, outros 68% acreditam que o Brasil da próxima geração será melhor do que o Brasil em que vivem hoje. Mas não é exatamente no futuro que esses jovens estão de olho. A percepção de que somos o País do presente e não mais do futuro já é muito disseminada entre eles: o País nunca teve tantas oportunidades como hoje e que esse é o momento mais propício para que mudanças sejam promovidas.
Projeções
Os entrevistados também foram convidados a se posicionar onde enxergam o Brasil dentro de cinco anos, a partir de alguns pares de oposição. Na maioria dos cenários, a projeção positiva ultrapassou a negativa, exceto em um caso: país da corrupção versus país da ética. Alguns números:
59% enxergam que o Brasil estará mais perto do diálogo do que do autoritarismo; 22% pensam ao contrário.
53% dos jovens veem o Brasil como potência internacional que influenciará outros países; 25% acreditam que seremos submissos a outras potências.
52% acreditam que estaremos mais próximos de ser o País da criatividade, do que do jeitinho malandro; 32% projetam o contrário.
52% creem que o Brasil terá mais consciência de seus recursos e riquezas naturais; mas, 28% acreditam que o País não saberá o que fazer com eles.
46% que o País terá mais justiça social; enquanto que 36% acreditam que teremos mais desigualdades sociais.
Como podemos ver, são boas notícias, apesar de mal divulgadas.