Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Centro

É uma tarefa um pouco mais complicada que a sincronização dos semáforos, mas terá que ser feita e de forma a atender os interesses das atividades econômicas e do planejamento urbano.

Continuando
Na coluna anterior faltou falar sobre a arborização da cidade. Um passarinho me contou que não há obrigatoriedade de deixar espaço para árvores nas calçadas. Não sei quando alteraram a lei ou simplesmente faz parte da nossa cultura asfáltica em que a lei fica em segundo plano. Esses dias me enviaram várias fotos antigas da nossa cidade. Algumas dos anos 1950, outras dos anos 1970. A mudança que mais chama a atenção é que existiam árvores em todas as ruas. Aos poucos elas foram desaparecendo. Há alguns anos, quando construí minha casa, era obrigatório deixar espaço para arborização no passeio público. Mudou a lei? Ou ninguém mais se importa com ela?
Mas há um plano de arborização elaborado há alguns anos. Assim como há um estudo sobre o trânsito guardado em alguma gaveta. Então, queremos uma cidade arborizada para que as pessoas possam caminhar, ou somente pedras e asfaltos refletindo o calor? A explicação mais estapafúrdia que ouvi de um político é que as pessoas não querem árvores porque atrapalham a visão das vitrines. Deve ser o único lugar do mundo onde as pessoas olham as vitrines andando de carro.

Água
O problema da arborização está relacionado com a impermeabilização do solo que, por sua vez, nos leva a outra questão mais grave relacionada com a água ou a falta dela. Nosso abastecimento vem de poços artesianos. E de onde vem a água que abastece o subsolo? Quando iremos pensar sobre a questão dos lençóis freáticos e sua relação com a falta de espaço para a permeabilidade das águas? Um ditado popular diz que todos gostam da sombra, mas ninguém cuida das árvores. Está na hora de pensarmos nas árvores como manutenção do futuro.

Centro
Falta espaço para estacionar no Centro? Vai ficar pior se não forem tomadas medidas de planificação do trânsito e da atividade econômica. É uma tarefa um pouco mais complicada que a sincronização dos semáforos, mas terá que ser feita e de forma a atender os interesses das atividades econômicas e do planejamento urbano. Não há espaço para soluções simplórias e ultrapassadas como o estacionamento pago.

Ué?
Apurei o ouvido tentando ouvir as manifestações contra foro privilegiado para um acusado de corrupção. Não ouvi. Fui conferir in loco. Nada. Ué! Um acusado citado 34 vezes por um único executivo da grande empreiteira acaba de conseguir foro privilegiado e ninguém se manifestou? O que será que faltou? Talvez o áudio ilegal no telejornal ou uma delação para fechar o número de 35, quem sabe a delação dos outros 76 executivos que ainda não foram reveladas. Um ministério foi criado para blindar o ‘Angorá’. Não houve panela nem camisa amarela. Quem saberá explicar o motivo? A aparente passividade oculta a verdadeira ignorância.