Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

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Câmbio

A elevação da alíquota do IOF sobre entrada de moeda estrangeira para 6%...

A elevação da alíquota do IOF sobre entrada de moeda estrangeira para 6% é mais uma tentativa de contrabalançar o grande volume que entra no país. Essa medida poderá conter a valorização do Real por algum tempo. Mas ainda é uma medida paliativa. O que ocorre neste momento, é que os Estados Unidos, detentores de uma “moeda universal”, tendo enormes déficits comerciais, com problemas fiscais, emitiu enorme quantidade de títulos públicos que eram adquiridos pelos demais países. A crise de 2008 agravou o cenário, o governo teve que aumentar a sua divida para socorrer o sistema financeiro. Neste momento, o país convive com alguns problemas: economia enfraquecida, necessidade de exportar para gerar empregos e alto endividamento. Apesar de não deixar claro, a estratégia é emitir dólares, com isso enfraquece a moeda e aumentar a sua competitividade internacional. Além disso, desvalorizando os títulos emitidos, aplica um pequeno calote nos investidores.

Demais países
As medidas americanas afetam, por tabela, os demais países. Porém, os americanos não estão preocupados com os outros, mas sim com a própria salvação. Algumas coisas desta política são visíveis na valorização das commodities e principalmente do ouro. Outro sinal disso, são os volumes de investimentos americanos realizados em outros países, principalmente na China. O capital é um animal arisco e gira o mundo em busca de segurança.

Efeito benéfico
A valorização do Real tem causado um efeito positivo na inflação. A importação tem evitado a pressão altista dos preços conforme demonstram estudos da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Além disso, muito do capital é direcionado para investimentos diretos o que significa novos empregos no médio prazo. Porém, a economia depende de medidas de equilíbrio e nem tudo é motivo de comemoração.

Efeito ruim
O crescimento da demanda interna, apesar de ser abastecido pela expansão dos empregos, pode resultar em alta inflacionária ao primeiro sinal de alta das demais moedas. O grande fluxo de moedas tem barateado o dólar e tirado a competitividade de alguns setores. A balança comercial tem mostrado déficits sucessivos. Alguns indicadores mostram a necessidade de medidas de mais longo prazo que recuperem o equilíbiro entre preços internos e preços externos. Talvez uma das saídas esteja na manutenção do equilíbrio das contas publicas com recursos internos e a ampliação dos investimentos em ações econômicas produtivas.