Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Câmbio

“O governo não tem como evitar a valorização do Real”.

O governo não tem como evitar a valorização do Real”. A afirmação é de Gustavo Franco, economista que ocupou o cargo de presidente do Banco Central entre 1997 e 1999 e ajudou na criação da URV, embrião e suporte do plano Real.  Entre as suas realizações está em manter a paridade do Real com o Dólar, ou seja, cada real valia um dólar. Isso custou bilhões de dólares das reserva brasileiras. Portanto, é uma opinião insuspeita de quem sabe o que custa o controle da moeda. Em entrevista, por ocasião do lançamento de seu livro, ele reconhece que a política econômica tinha como ponto forte uma âncora cambial. Muito diferente do que ocorre agora, e aspecto que desmente a teoria de continuidade da política econômica, que muitos insistem em repetir, sem entender o passado e desconhecendo o presente.

Câmbio e os emergentes
O economista americano Paul Krugman tem se preocupado em suas últimas colunas com o reflexo do câmbio em relação aos países emergentes. Segundo ele, um dos problemas são as ideias e políticas nos países ricos. Isso pode estar encaminhando uma década perdida para os ricos e o uso de oportunidades de investimentos que surgem nos países emergentes. Com isso há um deslocamento dos investimentos e a valorização das moedas periféricas, como acontece com o real. O capital busca oportunidades esperando o crescimento interno destes mercados. A pergunta óbvia é: isso é bom ou ruim? Num primeiro momento é bom, porém no médio prazo os países deverão adequar suas políticas de industrialização para não sofrerem com a falta deste fluxo.

Mudança de política
O que significa a mudança de política? Neste momento faltam oportunidades e os investimentos focam os países emergentes. Segundo outro americano, Michael Hudson, o Brasil tem que se voltar para a diversificação de mercados dando preferência para Rússia, China e Índia. Estes países, na opinião do economista, deveriam, inclusive, pensar numa alternativa de criação de órgãos alternativos aos FMI e ao Banco Mundial. Estas instituições, historicamente tiveram uma posição mais de proteção ao dinheiro do emprestador do que em políticas de investimentos do tomador.

Liquidez
Outras previsões são mais alarmistas. Se os países emergentes receberem muitos investimentos e forem felizes na sua aplicação, haverá crescimento destas economias e aumento da liquidez internacional. Isso poderá desencadear uma nova onda de inflação, ou, então, o deslocamento de investimentos com a criação de uma nova bolha especulativa em algum lugar. Em resumo, a dose do remédio tanto poderá curar o paciente, como matar. O problema é que nenhum economista sabe qual a prescrição correta.