Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Câmbio e posicionamento

As séries históricas servem para os analistas estudarem o comportamento dos agentes econômicos conforme mudam as circunstâncias.

As séries históricas servem para os analistas estudarem o comportamento dos agentes econômicos conforme mudam as circunstâncias. O jornal Valor Econômico fez um levantamento o qual mostra que, desde 2008, em torno de 60% das vezes em que os estrangeiros alteraram o seu posicionamento nos contratos de derivativos cambiais a cotação da moeda no mercado à vista também se alterou. Em outras palavras, quando os estrangeiros aumentam sua posição comprada em derivativos da moeda americana o dólar reage subindo, e vice-versa. Segundo os profissionais que atuam no ramo, a correlação só não é mais forte porque as intervenções do Banco Central se tornaram mais constantes, interferindo na reação da moeda americana em relação ao posicionamento dos estrangeiros.
Mudança
Desde agosto de 2012 os estrangeiros estavam comprando na moeda brasileira. Chegaram a ter US$ 8,3 bilhões em contratos futuros, onde vendiam a moeda americana e compravam reais com rendimento atrelado ao CDI. A partir de junho esse movimento mudou de direção. Os estrangeiros passaram a comprar contratos em dólar. Segundo os dados do dia 26 de julho, a posição em nome dos estrangeiros é de US$ 18,6 bilhões. Neste mesmo período a moeda americana valorizou 13,5%.
Para onde vai?
A resposta que todos procuram é saber até onde vai a alta do dólar em relação ao real, ou ao menos saber se a alta chegou ao fim. A resposta é simples: quem souber a trajetória com apenas um dia de antecedência pode ficar rico. A maioria dos analistas acredita que há uma grande probabilidade desse movimento (derivativos em relação à cotação a vista) continuar por mais algum tempo, principalmente no curto prazo. No médio e longo prazo existe uma grande possibilidade de aumento do fluxo de investimentos diretos, o que pode influenciar a cotação da moeda. Outra aposta é na manutenção das altas taxas de juros que permitiram operações de arbitragem entre juros brasileiros e estrangeiros. Mas é preciso combinar com os americanos.
Atuação do Fed
A valorização da moeda brasileira foi causada principalmente pela atuação do Fed (o Banco Central americano), que incentivou a liquidez e reduziu drasticamente os juros. Com isso, os dólares americanos saíram mundo afora, feito potrilho xucro, em busca de novas oportunidades. Pois os americanos já sinalizaram que vão aumentar os juros e recomprar US$ 85 bilhões em títulos para estimular a economia americana. Com isso, os recursos poderão sair dos países periféricos, incluído o Brasil, voltando para as terras do Tio Sam, valorizando o dólar e desvalorizando as demais. As próximas reuniões do Fed deverão estabelecer a velocidade desse fluxo. A partir daí saberemos o que nos espera.