Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Busão polêmico

Nunca imaginei que fazer uma parada de ônibus fosse gerar polêmica, mas me enganei.

Estimativas
Interessante como aceitamos mais facilmente os erros dos países estrangeiros e somos exigentes quando se trata do Brasil. Exemplo disso é uma notícia sobre erros de apuração e que teve pouca repercussão. Os resultados de abril indicavam que a economia americana teria crescido 0,2% no primeiro trimestre. Porém a revisão feita no final de maio apontou que, em vez do crescimento, houve uma queda de 0,7%. Uma diferença significativa. Como pode o país com tantos economistas famosos, tantos agraciados com o Nobel, tanta tecnologia, ter errado tanto? Ninguém sabe e ninguém comenta.
Imaginem se fosse no Brasil: provavelmente sairiam editoriais sobre a falta de confiança nas métricas econômicas, mas como foi na terra do Tio Sam está tudo bem. Para compensar, ou distrair, no mesmo dia saiu a notícia, com muito mais repercussão, de que somente nove países terão pior resultado que o Brasil em 2015. Estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI). Considerando que o PIB brasileiro caiu 0,2% no primeiro trimestre, será que os EUA estarão entre eles? Só que não.

Busão polêmico
Nunca imaginei que fazer uma parada de ônibus fosse gerar polêmica, mas me enganei. Pensava em ficar apenas observando o desenrolar, mas eis que recebo de um pássaro anônimo, identificado apenas como ‘Usuário do Busão’, algumas considerações. Segundo ele, “os usuários de ônibus não têm tempo nem disposição para ir opinar sobre a localização. Muitos de nós, tendo um ônibus para ir até o trabalho, está ótimo”. Ele acha que nenhum usuário estaria presente na audiência pública, por isso enviou algumas reflexões:
– Se os ônibus vão atrapalhar e poluir a Praça Nova Trento, como puderam fazer o mesmo durante tanto tempo perto da Praça da Bandeira?
– Se o problema é a poluição, então vamos proibir os veículos de passeio de circularem no entorno das praças?
– Se todos estão preocupados com a poluição ambiental, os interessados irão a pé para a audiência pública, ou é somente a poluição dos ônibus que incomoda?
– E se a parada fosse colocada em frente à praça, mas não exatamente na praça. Ficaria tudo bem ou ainda seria um problema?
– Será que a preocupação é com a poluição do ar ou com a poluição visual?
Para a comodidade de alguns, o ‘Usuário do Busão’ sugere que a parada seja colocada num local distante do Centro com uma placa escrito “CUIDADO, usuários de ônibus”. Logo abaixo, algumas instruções como ‘proibido o acesso para quem tem carro do ano, tênis de grife’...
Se a cada vez que temos alguma decisão importante temos que chamar o povo para decidir, por que temos os representantes? Não seria melhor adotar o sistema americano, em que o povo decide essas coisas com a eleição?