Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Bom, mas nem tanto

A indústria automobilística continua revelando números espantosos.

A indústria automobilística continua revelando números espantosos. De acordo com a Fenabrave, as vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus deverão chegar a 322,5 mil unidades no mês de março. Em Fevereiro foram comercializadas 220 mil unidades. O desempenho de março é resultado de políticas de incentivo questionáveis. A redução de IPI que encerrou no final do mês serviu como apoio para enfrentar uma crise financeira sem precedentes. Além disso, as condições de compra se tornaram favoráveis. Os juros médios cobrados pelos bancos das montadoras foi de 1,4% ao mês ou 18,16% ao ano. O prazo máximo foi estendido para 80 meses, ficando num prazo médio de 43 meses. A inadimplência também caiu de 4,9% para 4,2% no período de um ano. Porém, os incentivos são um recurso de curto prazo que serviu para um determinado momento. No longo prazo teremos problemas. Sem investimentos em infra-estrutura todo esse esforço pode resultar em motivos de stress para quem circula por ruas e estradas engarrafadas ou esburacadas. A frota aumenta, porém os espaços para circulação permanecem os mesmos. É fonte segura de problemas futuros.


Problemas urbanos

Segundo alguns urbanistas, o automóvel, denominado de máquina do século, foi a pior invenção para as cidades. Tirou espaço das pessoas das árvores e dos animais. Isolou as pessoas e muitas vezes as transforma em animais portando uma arma perigosa. Em muitas cidades andar de automóvel é quase impossível. Estudos mostram que em alguns pontos de São Paulo a velocidade média dos automóveis é a mesma das carroças e charretes do inicio do século. Uma das soluções possíveis seria a melhoria em infra-estrutura de transporte urbano, priorizando metrôs, trens e linhas de ônibus. Porém, há pouco debate sobre o assunto e muito incentivo para a compra de automóveis. Na Festa de Uva deste ano o tema foi o trem, porém, ficou restrito a comemorações e lembranças. Quase não houve debate sobre o seu uso para soluções de transporte. Uma pena.


Lucros
Os balanços dos maiores bancos brasileiros mostraram grandes lucros. Até aí nenhuma novidade. De onde se originam grande parte dos lucros foi revelado nesta semana. De acordo com o Instituto de defesa do consumidor (Idec) as tarifas dos serviços bancários aumentaram 328% entre abril de 2008 e fevereiro de 2010. Considerando que a inflação no período foi de 9,88% é um assalto por decreto armado. O levantamento foi feito com base nas informações que constam no site dos dez maiores bancos. Uma das conclusões do estudo é que houve alinhamento de tarifas pela média do setor. O que demonstra que não existe concorrência.


Resultados

O resultado dessa política permissiva quanto aos custos dos clientes, é que os bancos brasileiros são os mais rentáveis quando comparados aos bancos dos Estados Unidos e de toda a América Latina. De acordo com levantamento da Economatica, o Banco do Brasil lidera o ranking, com rentabilidade patrimonial de 34,74% em 2009. Em seguida estão Itaú Unibanco (24,19%) e Bradesco (23,82%). O banco americano mais rentável é o Goldman Sachs, com 19,82%, o quarto colocado na lista formada por 20 bancos.