Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Benefícios e equívocos

O anúncio de medidas de estímulo a venda de automóveis inicia com muita publicidade e alguns equívocos

O anúncio de medidas de estímulo a venda de automóveis inicia com muita publicidade e alguns equívocos. O primeiro foi o anúncio feito pelo vice-presidente de forma antecipada, sem que os detalhes estivessem todos estabelecidos. Isso causou grande expectativa, parou as vendas, e pode acontecer de o benefício não ser suficiente para todos os interessados. Outro equívoco é estimular a aquisição de automóveis quando o mundo caminha para a adoção, cada vez maior, do transporte público com qualidade, desestimulando o automóvel como meio de deslocamento. Deve ser acrescentado a esse pacote a falta de divulgação de que os benefícios irão abranger também a aquisição de ônibus e caminhões. A forma como o assunto é tratado transmite a impressão que somente automóveis serão beneficiados. 

Subsídios

Os descontos para automóveis serão em várias faixas de valores e irão de R$ 2 mil até R$ 8 mil. Para caminhões e ônibus o bônus será dentro de uma faixa que inicia em R$ 33,6 mil, para os veículos menores, até R$ 99,4 mil para os veículos maiores. Os valores podem parecer pequenos, mas é uma tentativa de movimentar o mercado e de provocar as montadoras, já que estas têm resistido, até o momento, em baixar os preços. Numa economia de livre mercado, os preços são estabelecidos pela lei da oferta e procura, o normal seria os preços baixarem quando existe pouca demanda, porém, as montadoras nem sempre querem se sujeitar a uma lei tão simples e universal, pelo contrário, buscam alterar as leis do mercado através da pressão sobre os governos, dessa forma, ao invés de reduzir preços ou outras atividades comerciais, optam por férias coletivas e ameaças de demissão. Infelizmente essas estratégias tem surtido efeito.

Valores 

Os incentivos serão limitados ao valor de R$ 1,5 bilhão, sendo R$ 300 milhões para ônibus, R$ 500 milhões para carros e R$ 700 milhões para caminhões. Para os defensores do livre mercado é um absurdo gastar esse valor em subsídios. É verdade, porém temos que considerar que é uma tentativa de indução para as montadoras se adequarem a essas leis de livre mercado. Também devemos levar em conta que o valor não é tão considerável no montante do orçamento federal, assim como não é um grande subsídio. Para efeito de comparação, a CGU (Controladoria Geral da União) fez uma auditoria nos programas Auxílio Taxista e Caminhoneiro e concluiu que aproximadamente R$ 2 bilhões foram pagos indevidamente, valor superior ao benefício concedido agora. Em torno de 30% dos caminhoneiros que receberam o benefício não cumpriam os critérios, não estavam devidamente cadastrados e alguns constavam até como mortos. Entre os taxistas o percentual de irregularidades chegou a 78%, o valor foi pago a pessoas com CPF irregular, que moram no exterior, sem habilitação para dirigir, entre outros erros. 

Tia Laurinda

Minha tia Laurinda ligou para atualizar as notícias: já retirou o “adereço” que tinha no tornozelo. A excursão a Brasília lhe deixou alguns traumas, tanto que recusou até convite para excursão a Caravaggio a pé.