Banco Central
O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, afirmou na ultima sexta-feira que o calendário eleitoral ...
O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, afirmou na ultima sexta-feira que o calendário eleitoral não vai alterar a conduta do BC, que age de forma técnica e consistente mesmo quando suas decisões possam parecer "antipáticas ou impopulares" no curto prazo. O BC elevou na semana que passou os compulsórios sobre depósitos bancários, revertendo parcialmente medidas de relaxamento monetário tomadas durante a crise global. A iniciativa levantou o debate entre analistas sobre o efeito que isso terá para as elevações esperadas da Selic no ano. Parte do mercado entendeu que o aumento do compulsório poderia adiar o início das mudanças no juro básico. O movimento teria como justificativas a aceleração da inflação, a baixa ociosidade do setor produtivo e os gargalos que reduzem o potencial de crescimento sustentável do país. Essas medidas iniciaram o debate sobre os efeitos da elevação nas taxas de juros. Infra-estrutura Os investimentos em infra-estrutura tais como a construção de hidrelétricas, ferrovias, portos ou estradas deverá ficar mais lenta e cara porque quanto mais alta a taxa básica de juros, mais rentável precisa ser um projeto para superar o retorno oferecido por outros investimentos de menor risco, tais como, títulos públicos. Além disso, muitas das atuais empresas desses setores estão bastante endividadas e seus títulos pagam juros indexados. Consumo O objetivo da elevação dos juros é combater a inflação com a redução de consumo. Com isso, os setores de varejo e consumo serão afetados devido ao impacto dos juros na concessão de crédito. No Brasil, as compras de bens duráveis e de imóveis são as que mais dependem do crédito, no entanto o setor imobiliário não deve ser tão afetado, uma vez que os recursos são originados da caderneta de poupança e a correção vinculada a taxa referencial (TR) deverá oscilar menos que a Selic. Mercado de capitais Outro reflexo deverá ocorrer no mercado de capitais. Com a redução das taxas de juros as empresas fizeram a abertura de capital lançando ações na bolsa de valores. Somente em 2007 foram 64 novas emissões de papéis. Se ocorrer o aumento dos juros muitas empresas irão revisar seus projetos, pois a atratividade da bolsa será menor, em um ano que promete fortes emoções decorrentes de acontecimentos internos e externos. No front interno teremos eleições presidenciais e os interesses não revelados da grande mídia e dos pequenos políticos. Dos países mais ricos fica a expectativa da redução da liquidez usada e abusada no combate a crise de 2008.