Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Ajustes

O sentimento geral é de um ano perdido sob o aspecto econômico e político

Esta semana estive em Brasília devido a compromissos profissionais, o que permitiu contato com especialistas do mercado financeiro e que acompanham de perto os movimentos políticos da capital. O sentimento geral é de um ano perdido sob o aspecto econômico e político. As expectativas são de que a queda do PIB não se reverta, o que é confirmado a cada pesquisa do Banco Central, com projeções para baixo – o último ajuste é de crescimento de 0,87% contra 0,93% na semana anterior. Menos mal que a inflação também aponta para baixo, com uma expectativa de 3,82% para este ano. Em razão do cenário, a próxima aposta do mercado é de corte na taxa Selic este ano como uma última tentativa de evitar a recessão que a cada dia parece mais próxima. As expectativas vão de uma queda da atual taxa de juros de 6,5% para uma taxa mínima de 5,75%. Mesmo assim, se for confirmada, os seus efeitos na economia serão sentidos no final do ano. 

Política
No campo político, o último grande movimento foi a alteração na Casa Civil com a retirada da coordenação política. Mesmo que tenha sido feita com um ar de normalidade, na prática, isso tira boa parte do poder político e o transfere para a Secretaria de Governo. A alteração é uma tentativa de pacificar os embates de setores dentro da Casa Civil, assim como, desta com o Ministério da Economia. O objetivo é tentar uma coordenação política mais eficaz, algo que há muito era reclamado por interlocutores do Congresso. Segundo um dos especialistas, isso indica que, com exceção da reforma da previdência, o governo deverá começar a funcionar somente no segundo semestre. Isso explica as decisões ‘cosméticas’ até o momento, como a cadeira para crianças, controladores de velocidade e a tomada de três pinos.

Militares
A notícia é para causar infarto nos saudosistas dos governos militares. Segundo o jornal El País, um militar membro da comitiva do governo que viajava ao Japão foi preso em Sevilha transportando 39 quilos de cocaína. Não é o primeiro caso de uso de um avião militar para tráfico de drogas. Em abril, um tribunal militar decretou a expulsão de um comandante pelo transporte de 33 quilos de cocaína num avião militar com destino à França. Outros dois colegas já tinham perdido o posto por integrar uma rede de tráfico com o uso de aeronaves militares. E a lei que regulamenta a bagagem de mão com 10 quilos?

Confiança
Tem gente se questionando em quem confiar. O milagreiro é acusado de estupro em série e de enriquecer de forma, no mínimo, estranha. Padres são acusados de pedofilia. Pastores que se aproveitam da fé para arrecadar verbas. Juízes e suas decisões, conforme a ocasião, causam desconfiança (com judiciário, com tudo). Os políticos negociam descaradamente o seu apoio a alguns projetos, também, em todas as instâncias, algo que pode ser constatado em algumas câmaras de vereadores na região, passando pelo legislativo estadual (aposentadoria), chegando ao nível federal com suas verbas e emendas com destinação e retorno de forma suspeita. Só nos resta como o último consolo a Seleção Brasileira. Que a retórica empolada não nos frustre novamente.