Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

Abismo fiscal

A principal bolsa de valores brasileira, a Bovespa, mostrou otimismo nos primeiros dias de negócios do ano. Tudo porque os Estados Unidos aprovaram as leis que evitaram o que foi denominado de ‘abismo fiscal’.

A principal bolsa de valores brasileira, a Bovespa, mostrou otimismo nos primeiros dias de negócios do ano. Tudo porque os Estados Unidos aprovaram as leis que evitaram o que foi denominado de ‘abismo fiscal’. Mas haverá motivos para tanto otimismo? Aparentemente a solução é parcial e frágil, mas como o mercado se move por expectativas, qualquer boa notícia é motivo de comemoração. Vejamos: quando o congresso norte-americano aprovou a solução para a economia do país já era quase dia 2 de janeiro em Washington, data limite para escapar do pior. Abusando do calendário e da paciência global, os políticos dos Estados Unidos deram uma boa demonstração de poder, principalmente sobre o seu próprio presidente, Barack Obama. Se não chegassem a um acordo mínimo, o PIB dos Estados Unidos poderia sair da sofrida recuperação para uma forte recessão, levando com eles a economia mundial que já não está nada bem. Por estas razões o mundo acompanhou, como num filme de suspense produzido por Hollywood, o desfecho da votação.
Abismo fiscal 2
Como acontece com os filmes, quando fazem sucesso passam a ser denominados de ‘franquias’, e geram intermináveis continuações. A briga política terá seus desdobramentos. A solução é temporária. O Congresso deu ao governo mais dois meses para manter os gastos públicos atuais. Até março será preciso novo acordo para definir os limites de gastos e da gestão da dívida americana. Podemos nos preparar para fortes emoções em novos episódios. A euforia do primeiro dia útil do ano pode se transformar em frustração em pouco tempo.
Cortar gastos
Este ‘abismo fiscal’ decorre da decisão de 2011 de ampliar os limites de déficit fiscal. No acordo aprovado o governo tinha até o final de 2012 para determinar onde iria cortar gastos em US$ 1,2 trilhão. A proposta do presidente atual é reverter os benefícios dados aos mais riscos no período de George W. Bush, onde os impostos foram reduzidos de forma acentuada. Parte do Congresso quer o contrário: a manutenção dos benefícios e os cortes dos gastos sociais. Deste impasse dependerão os próximos anos da economia americana. Como a economia não é uma ciência exata, o debate fica no campo político. Por isso os próximos meses serão de novos e trepidantes episódios.