Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

Contatos

A luta dos STRs pelos integrados

Os STRs do Rio Grande do Sul estão há mais de um ano fazendo acordos e negociações com a Doux-Frangosul e outras integradoras para que seja cumprido, em definitivo, o cronograma de pagamento para os mais de 9.000 integrados de aves e suínos.

Os STRs do Rio Grande do Sul estão há mais de um ano fazendo acordos e negociações com a Doux-Frangosul e outras integradoras para que seja cumprido, em definitivo, o cronograma de pagamento para os mais de 9.000 integrados de aves e suínos. Na última reunião da Comissão de Integrados dos STRs com a direção da empresa, realizada no dia 5 de fevereiro, em Montenegro, foi acertado um novo encontro para o dia 22 de fevereiro, na sede da Federação em Porto Alegre, onde foi apresentada uma derradeira proposta para regularização de todas as pendências. Hoje existe uma tensão muito grande e não existe qualquer possibilidade de estender por mais tempo qualquer tentativa de não-pagamento aos integrados. Precisamos de uma solução definitiva e esta é a perspectiva com relação à manifestação da Doux-Frangosul nos próximos dias. Caso contrário, tomaremos medidas que farão jus a história de 46 anos de organização e de lutas dos sindicatos, que já garantiram conquistas fundamentais ao agricultor. Crise financeira A crise financeira internacional desencadeada no segundo semestre de 2008 teve forte repercussão sobre as indústrias integradoras das cadeias de suínos e aves. As consequências no setor se manifestaram sob a forma de novas fusões empresariais, vendas de empresas, paradas técnicas, demissões de funcionários nas agroindústrias, alterações na dinâmica de alojamento de animais (aumento dos intervalos entre os lotes) e remuneração dos lotes para os agricultores integrados (atrasos, redução de remuneração, etc.). O clima de incerteza, vivenciado nas cadeias de suínos e aves, no início de 2009, seguramente foi sem precedentes. Naquele momento de angústia e preocupação, a Fetag, em conjunto com sua Comissão de Integrados, Regionais Sindicais e Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, fazendo jus a sua missão de 'coordenar e mobilizar a categoria dos trabalhadores rurais, a partir dos problemas sentidos e vividos...', articulou e realizou diversas ações de enfrentamento à situação objetivando construir soluções para os problemas conjunturais e estruturais, cujas consequências rebateram fortemente sobre os agricultores familiares, em especial os integrados nas cadeias de suínos e aves. Dentre as ações e resultados obtidos no ano de 2009, é possível destacar: Construção e articulação, a partir de janeiro de 2009, de diagnósticos, reuniões e atividades com a participação dos STR’s, Comissão de Integrados da Fetag, empresas, órgãos públicos e agentes financeiros no intuito de minimizar os impactos da crise sobre os mais de nove mil agricultores integradas no Estado. Inclusão das atividades de avicultura e suinocultura como beneficiárias da linha de financiamento do programa Mais Alimentos do Pronaf, possibilitando que os agricultores que atuam na atividade acessassem crédito de até R$ 100 mil, com juros de 2% ao ano e dez anos para pagamento. Trata-se de uma linha de crédito importante que tem possibilitado não só a construção de novos aviários e pocilgas, bem como a atualização tecnológica de muitas das instalações já existentes. E a negociação direta com empresas ou através da ASGAV – Associação Gaúcha dos Avicultores, para redução dos atrasos e garantia de pagamento para os lotes de suínos e aves entregues pelos agricultores familiares. Apesar de assegurada a garantia de remuneração dos lotes entregues, o pagamento ainda não está ocorrendo dentro de situações de normalidade por todas as empresas. Por isso a luta continua.